Vetos russos não diminuirão forte demanda por carne

CarneTec

Os vetos de importação russos não causarão muitos impactos no estreitamento de relações com fornecedores globais de carne bovina, demanda enorme e preços recordes, afirmou o Rabobank em seu terceiro relatório trimestral.

“As notícias para a indústria mundial de carne bovina são muito animadoras, visto que a imensa demanda e oferta restrita não têm demonstrado nenhum indício de desaceleração, alavancando os preços, em alguns casos, a recordes, ou até mesmo a mais elevados”, explica o analista do Rabobank Angus Gidley-Baird. A maioria das regiões-chave de produção e exportação já vivenciam ofertas restritas recordes, e espera-se que os fornecedores estreitem essas ofertas ainda mais ao longo de 2014 e em 2015, a empresa afirmou. O Rabobank declarou que é provável que os vetos russos de importação não causem um impacto expressivo nos mercados mundiais de carne bovina, ao passo que a indústria cárnea brasileira é a que mais vai lucrar. O impacto em grandes exportadores, como a Austrália e os EUA será mínimo porque esses países já vinham enfrentando barreiras comerciais russas antes do atual veto. Panorama local auferido pelo Rabobank:


• EUA: a volatilidade continua caracterizando o mercado estadunidense, já que os preços do boi continuam a ser negociados a índices recordes, e o apetite dos consumidores mantém-se firme;

• Brasil: as exportações brasileiras se beneficiaram com a demanda mais elevada da Rússia neste trimestre e começarão a se expandir para a China durante os próximos seis meses. A forte demanda e ofertas restritas sustentaram os preços recordes do boi;

• Austrália: os preços da cabeça de gado reagiram no esteio de uma quantidade adequada de chuvas durante agosto, embora as condições climáticas de estiagem continuem sendo uma preocupação. O recorde em abates continua balizando o recorde em exportações, com forte demanda internacional, auxiliando na sustentação dos preços;

• China: embora é esperado que o total de importações chinesas de carne bovina em 2014 seja menor que os números recordes vivenciados no ano passado, prevê-se que a demanda para o restante da produção de 2014 se fortaleça;

• Nova Zelândia: os lucros neozelandeses de carne bovina permaneceram a índices recordes; e com uma previsão de ofertas restritas e forte demanda por parte dos EUA, o panorama da indústria para a produção remanescente de 2014 e de 2015 é otimista;

• Canadá: o mercado canadense de gado bovino tem saboreado a mesma onda nos preços da cabeça de gado para este ano, como tem sido observado nos EUA, e a indústria bovina canadense vem fazendo um uso maciço de todo o suprimento disponível de gado bovino;

• Argentina: é esperado que a produção aumente sazonalmente com a melhora das condições climáticas, mas as exportações continuam estagnadas em níveis históricos baixos apesar do desenvolvimento das animadoras relações comerciais com os EUA e a Rússia;

• México: a limitação da produção continua, visto que a disponibilidade de cabeças de gado permanece escassa. No final deste ano, as expectativas do Rabobank são de que a produção de carne bovina aumente cerca de 0,9%;


• Indonésia: um fornecimento melhor resultou no abrandamento dos preços, causando impactos na lucratividade do negociador final. Isso pode fazer com que criadores de gado de engorda importem menos gado no segundo semestre de 2014, apesar dos resultados recordes dos números permitidos;

• UE (União Europeia): é esperado que o mercado permaneça sob pressão e, na melhor das hipóteses, se estabilize com o aumento sazonal da demanda de carne bovina, com pouca probabilidade de obtenção de preços maiores dada a crescente competitividade com preços menores de carne suína e avícola.



Data da Notícia: 10/10/2014
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