Agência Safras
O mercado brasileiro de carne suína ingressou no décimo mês do ano de forma positiva, com valorização de preços no quilo vivo, quadro que foi verificado também ao longo de todo o mês de setembro. De acordo com levantamento de SAFRAS & Mercado, a média de preços do quilo vivo na região Centro-Sul ficou em R$ 4,05 nesta quinta-feira (02), 3,7% acima dos R$ 3,91 obtidos em 02 de setembro.
No atacado, de acordo com o analista Allan Hedler, o valor médio da carcaça no Centro-Sul apresentou recuo de 0,4% neste começo de mês se comparado ao valor praticado no início de setembro, passando de R$ 6,22 para R$ 6,20. No pernil, a média de preços permaneceu em R$ 7,03, sem alterações na variação mensal.
Segundo Hedler, a perspectiva é de que os preços do suíno vivo ao produtor e no atacado voltem a subir durante a primeira quinzena de outubro, por conta do recebimento de salários por parte da população.
De modo geral, o mercado interno encerrou setembro com um desempenho muito positivo, diante da baixa oferta de animais prontos para o abate e dos menores custos dos principais insumos utilizados na alimentação animal neste ano se comparados aos do mesmo período do ano passado.
Nas exportações, o desempenho da carne suína "in natura" foi 1,4% superior em setembro na comparação com agosto, com os volumes passando de 35,5 mil toneladas para 36 mil toneladas. "Em relação a setembro do ano passado, porém, quando foram exportadas 39,9 mil toneladas, houve uma retração de 9,9%", analisa. Conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a receita das exportações de carne suína in natura em setembro ficou em US$ 143,3 milhões, elevação de 26% na comparação com setembro de 2013.
No acumulado de janeiro a setembro, a ABPA indica que o ritmo das receitas se manteve positivo, atingindo US$ 1,035 bilhão, crescimento de 13,2% em relação aos nove primeiros meses de 2013. Em volume, no entanto, houve queda de 7,6% na mesma comparação, com 306,7 mil toneladas.
Para Hedler, a recente desvalorização do real frente ao dólar a partir da segunda quinzena de setembro tende a ser positiva para as exportações neste quarto trimestre, muito embora seja difícil dizer no momento se haverá fôlego para o setor superar os embarques de 2013. "Tivemos um volume muito significativo de embarques em outubro do ano passado, que ficou em 51,5 mil toneladas de carne suína, frente a uma média de embarques bem inferior até agora em 2014", disse.
A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que em São Paulo a arroba suína subiu de R$ 88,00 para R$ 91,00. No Rio Grande do Sul o quilo vivo na integração passou de R$ 3,08 para R$ 3,26. No interior, o quilo vivo avançou de R$ 4,36 para R$ 4,48. Em Santa Catarina o preço do quilo vivo subiu de R$ 3,20 para R$ 3,30 na integração e de R$ 4,20 para R$ 4,30 no interior. No mercado livre do Paraná o preço passou de R$ 3,93 para R$ 4,24, enquanto na integração a cotação passou de R$ 3,80 para R$ 4,27.
No Mato Grosso do Sul a cotação seguiu em R$ 3,10 na integração e a R$ 3,60 em Campo Grande. Em Goiânia, o preço continuou em R$ 4,50. No interior de Minas Gerais a cotação permaneceu em R$ 4,50, com o quilo sendo mantido a R$ 4,10 no mercado independente. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo subiu de R$ 3,20 para R$ 3,82 em Rondonópolis e de R$ 3,58 para R$ 3,68 na integração do estado.