Jornal da Manhã
Com uma capacidade para alojar cinco mil matrizes, a nova unidade da Frísia Cooperativa Agroindustrial poderá chegar a uma produção semanal de 2,9 mil leitões. Investimento pretende reforçar a cadeia da carne no Estado. Ao todo, Paraná tem 31 mil produtores de suínos
O Paraná tem 31 mil produtores de suínos. A cadeia está sendo estimulada pelo aumento dos investimentos das cooperativas. Um exemplo é o da Frísia Cooperativa Agroindustrial, que inaugurou nesse mês sua nova Unidade Produtora de Leitões (UPL), em Carambeí. Com capacidade para alojar cinco mil matrizes, a nova unidade pode chegar a uma produção semanal de 2,9 mil leitões. Mas não é só no setor de suínos que os dados são positivos.
Enquanto a economia brasileira encolhe, a indústria de carnes em geral do Estado bate recorde de produção, exportações e geração de emprego. No primeiro semestre, os frigoríficos contrataram 30% mais na comparação com igual período do ano passado, chegando a um saldo positivo de 5.491 postos de trabalho. Os dados se referem ao abate de aves, suínos, reses e pequenos animais e são de um levantamento do realizado pelo Observatório do Trabalho do Paraná da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social com base nos números do Ministério do Trabalho e Emprego.
“O agronegócio paranaense, de uma forma geral, está reagindo positivamente à retração da economia. E o setor de carnes, em particular, mostra uma pujança que não nos surpreende, pois em grande parte ela resulta dos investimentos recentemente realizados por empresas, produtores e coooperativas”, declarou o governador Beto Richa.
Segundo Richa, “é essencial que o Estado continue atuando em duas frentes distintas para apoiar o desenvolvimento da agropecuária: o investimento na infraestrutura, que reduz os custos de produção, e a intensificação do processo de industrialização, impulsionado pelo programa Paraná Competitivo”. “O que fará a diferença, em favor do nosso produtor, é que a agroindústria amplie cada vez mais o valor agregado de sua produção, seja a voltada ao mercado interno ou para exportações”, disse o governador.
MAIS
Mão de obra no Estado é diferencial
De acordo com Júlio Suzuki Júnior, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), o Paraná tem a vantagem, frente a outros Estados, de ser muito competitivo em um segmento intensivo em mão de obra como o de carnes. “A avicultura paranaense ganhou espaço ao combinar a farta produção de grãos, que se transformam em insumos, com uma indústria eficiente e que investe em tecnologia para alcançar os mercados internacionais”, diz Júlio. A cadeia paranaense da avicultura abate cerca de 1,6 bilhão de aves por ano. O Valor Bruto da Produção (VBP) do frango de corte foi de R$ 10,2 bilhões em 2014. O setor gera 50 mil empregos diretos e cerca de 500 mil indiretos. Na suinocultura, o Paraná é o terceiro maior produtor brasileiro e quarto colocado na exportação, com a produção de 611,2 mil toneladas em 2014 e geração de 200 mil empregos diretos.
O QUÊ
E o frango?
Em relação a carne de frango, o Paraná é hoje o maior produtor e exportador da carne do País, responsável por 34% dos embarques da avicultura brasileira. A previsão é que, dentro de cinco anos, o Estado responda por 50% das exportações brasileiras de frango.