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Pesquisadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Rosário (IBR-CONICET-UNR) descobriram que determinados ácidos graxos, presentes na dieta humana, atuam como inibidores no processo de invasão da bactéria salmonella entérica no organismo infectado.
A descoberta abre oportunidades para o desenvolvimento de novos medicamentos para combater este patógeno, associado a infecções humanas causadas pela contaminação de alimentos, água e pelo contato com animais domésticos, de acordo com a divulgação da Agência Iberoamericana para a Difusão da Ciência e da Tecnologia.
Os pesquisadores também apresentaram que um sensor biológico na membrana plasmática bacteriana reconhece sinais que otimizam a sua adaptação em diferentes ambientes do trato intestinal. Este trabalho foi coordenado pelo grupo da pesquisadora independente do CONICET no IBR, Eleonora García Véscovi, junto à equipe do pesquisador independente do CONICET no Departamento de Farmacologia da Universidade Nacional de Rosário (UNR), Ricardo L. Furlán. A publicação do estudo foi feita recentemente no Journal of Biological Chemistry e destacado pelo editor da revista Science Signaling.
“Além do resultado em si, o interessante deste trabalho foi a estratégia utilizada pelos pesquisadores. Furlán nos mostrou uma coleção de extratos e de compostos de origem vegetal e, em conjunto, desenvolvemos uma metodologia para rastrear e detectar mais facilmente se os mesmos teriam ou não atividade biológica sobre o sistema que inibe a virulência da salmonella”, explica Eleonora, que revela que uma das moléculas identificadas nos experimentos foi o ácido linoleico, um ácido graxo essencial para o organismo humano.
Segundo estimativas da Organização Mundial para a Saúde (OMS), anualmente são registrados 21 milhões de casos de salmoneloses pelo mundo, entre os quais uma parcela de 200 mil a 600 mil são de casos fatais para os humanos. Dessa forma, pesquisas que ajudam a interpretar o comportamento, a colonização, a sobrevivência e a multiplicação da salmonella são importantes, já que não existe um tratamento específico ou uma vacina efetiva para prevenir e tratar a salmonelose.