Transporte de animais vivos no Brasil enfrenta quatro grandes desafios

MAPA, adaptado pela equipe feed&food.

Uma reunião técnica promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, Brasília/DF) discutiu os gargalos do transporte marítimo de animais vivos do Brasil para o exterior.

De acordo com esta reunião, foram identificados quatro grandes desafios neste assunto quando se fala de Brasil: a implantação de um relatório de bordo, com o registro de todas as ocorrências durante as viagens; o estabelecimento de critérios de construção dos embarcadouros – respeitando itens como a inclinação correta das rampas de embarque, piso antiderrapante e laterais dos bretes fechadas; a retirada do mercado brasileiro dos navios sucateados; e o treinamento de todas as pessoas envolvidas.

A avaliação foi feita pela auditora Fiscal Federal Agropecuária, Mirela Eidt, da coordenação de Boas Práticas e Bem-Estar Animal do MAPA. Segundo ela, o Brasil é um dos maiores exportadores de gado vivo do mundo (e detém o maior rebanho bovino comercial, com cerca de 217 milhões de cabeças), mas há pouca informação sobre a estrutura e a certificação das embarcações, ocorrências sanitárias e de manejo registradas durante as viagens e treinamento adequado da mão de obra.

A veterinária também acredita que a certificação dos navios é um dos principais problemas, porque parte da frota é muito antiga e foi adaptada de outras finalidades (graneleiros, por exemplo). Outra dificuldade é o registro do que ocorre a bordo durante as viagens.

Hoje, os animais viajam em baias que são ocupadas de acordo com o seu tamanho e peso. Em média, uma viagem em águas internacionais dura 21 dias, mas pode se estender por até 30 dias. A duração depende do destino, da potência do motor do navio e das condições do mar.

Antes de serem embarcados, os animais ficam nos Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPE) por um tempo mínimo de 24 horas, conforme o protocolo sanitário existente com o país importador. Nas EPEs deve haver estruturas que facilitem a coleta de provas laboratoriais. Nelas, os animais são avaliados, tratados e vacinados, como exigido pelo serviço veterinário oficial.

No Brasil, cinco portos embarcam animais vivos: Barcarena (PA), Rio Grande (RS); São Sebastião (SP); Imbituba (SC) e Itaqui (MA). No acumulado de 2017 até julho, o Brasil exportou US$ 115,4 milhões. No ano passado, o montante foi de US$ 206,3 milhões, representando 229.807 animais.
Participaram do encontro representantes de todos os segmentos - público e privado - envolvidos com a atividade. Em novembro está prevista capacitação para servidores, administradores e operadores portuários do Pará.



Data da Notícia: 12/09/2017
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