A tarde da última
quarta-feira (6), segundo dia do 15º Simpósio Técnico da ACAV, teve início com
a palestra do zootecnista Giovani
Mariani e a médica veterinária Herta
Bezerra da Silva que falaram sobre os desafios e as oportunidades que a
tecnologia traz para a manutenção da qualidade dos ovos férteis. Na sequência,
Dr. Okan Elibol, professor de
avicultura na Faculdade de Agricultura da Universidade de Ankara, teve como
tema os fatores críticos para a mortalidade embrionária inicial durante a
incubação; quem encerrou as explanações da tarde foi o médico veterinário e
professor Ricardo José Pereira, que
discorreu sobre a importância da iluminação na taxa de fertilidade das aves.
De acordo com Giovani e
Herta, o aumento da temperatura e/ou da umidade do ambiente pode impactar a
qualidade da casca do ovo, que atinge diretamente o embrião, podendo causar
complicações sanitárias e até mesmo ser fatal. Então, tanto a mudança de temperatura
do ovo quanto o transporte dos ovos férteis precisam ser feitas com muita
cautela, pois o aumento de temperatura e trincados da casca podem impactar na
qualidade de vida do embrião. Além disso, os profissionais concordam que “o
momento de alocação desses ovos é crucial para que sejam observadas as
características da casca, que dão indícios da qualidade dos ovos”. Esses
assuntos são muito atuais no setor, pois podem levar a reduções significativas
nos resultados da avicultura.
Entre as soluções para
contornar a situação, está a própria mão de obra disponível que existe no
Brasil, que é de extrema excelência, mas que demandará novas formas de
trabalhar, para que a cadeia produtiva siga economicamente saudável. Giovani e
Herta destacaram algumas soluções como o monitoramento da movimentação dos
ovos, usando ovo eletrônico, por exemplo, o acompanhamento da porcentagem das
microtrincas, o treinamento do motorista de ovos e todos os profissionais
envolvidos na cadeia, bem como a importância de fazer a manutenção dos veículos
que fazem o transporte.
Defendendo uma visão
integrada da incubação como um processo biológico que exige sensibilidade,
precisão e conhecimento fisiológico profundo, Elibol começou sua fala com a
pergunta: qual é a melhor taxa de resfriamento para ovo? Ao longo da palestra,
foi possível entender que essa temperatura depende de muitos fatores e que é
possível realizar diferentes combinações para criar um meio ideal para os ovos.
Segundo ele, a idade dos ovos reflete diretamente na forma como será tratada a
temperatura e o resfriamento deles.
Temperatura e suas variações,
a frequência de viragem dos ovos e até mesmo o momento ideal da transferência
para os nascedouros são pontos críticos que ele analisa com rigor científico.
Assim, ele mostrou como esses detalhes impactam diretamente a sobrevivência,
imunidade inicial, crescimento e até a conversão alimentar dos animais nas
etapas seguintes da produção. Tanto que ao final de sua apresentação, deixou um
recado para todos: “escutem o embrião e a galinha”.
Para finalizar o ciclo de
palestras, o professor Pereira iniciou a fala ressaltando que é preciso que os
profissionais observem como a técnica de cada atividade é realizada, para saber
o que e como corrigir quando algo não for muito bem durante o processo. Ele
afirmou que a taxa de infertilidade entre as aves é muito grande e preocupa
produtores do mundo todo. “Percebe-se uma queda na taxa de infertilidade ao
longo dos anos e a tendência é trabalhar outros fatores para reduzir a perda
com a infertilidade. Um dos pontos é utilizar a iluminação correta para este
objetivo”, explicou. “É preciso considerar vários outros fatores intrínsecos a
ela. O programa de luz, o peso e a idade são fatores que afetam diretamente a
fertilidade”, concluiu.
Logo após as palestras, os
profissionais participaram de uma mesa-redonda para sanar as dúvidas do
público. A programação da tarde continuou com o Painel da Ceva. O 15º Simpósio
da ACAV segue até esta quinta-feira (7), com início às 8h30 e foco nos temas
nutrição e reprodução. O evento ocorre no CentroSul, em Florianópolis (SC).