O presente rural
Os três Estados do sul definiram nesta segunda-feira (30) as ações conjuntas a serem realizadas para conquista de certificação junto a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de peste suína clássica. Esta é a primeira vez que os países, ou áreas dentro de países, serão certificados pela OIE como livres da doença e isso poderá ser um diferencial na conquista de novos mercados para carne suína. O encontro aconteceu em Florianópolis e contou com a presença dos secretários da Agricultura e os representantes da área de defesa sanitária de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Durante a reunião foram apresentadas as ações de cada Estado no controle e erradicação da peste suína clássica, bem como a realidade do setor e os números de produção. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são responsáveis por 63% da produção e de 61% da exportação de carne suína do país, e o reconhecimento internacional poderá favorecer o acesso do produto aos mercados mais competitivos do mundo. O pedido deverá ser entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até setembro deste ano para que possa ser avaliado pela Organização Mundial de Saúde Animal até maio de 2015. Segundo o secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, será criado um grupo de trabalho formado por técnicos do setor público e privado para que todos os requisitos sejam preenchidos. O grupo deverá ser definido durante o encontro regional sul do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa) em Florianópolis no dia 14 deste mês.
Os Estados do Sul deverão comprovar não só que estão livres da doença, mas também deverão cumprir uma série de procedimentos que garantam a sanidade dos rebanhos. “Nós estamos dispostos a fazer os investimentos necessários para comprovar que temos condições de oferecer um produto de qualidade para o mundo, sem expor os consumidores a riscos”, destacou o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.
O diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz, explicou que a certificação dos Estados do Sul será mais convincente para os mercados consumidores, pois serão três Estados unidos e capazes de resistir a possíveis ameaças da doença. “Haverá um esforço e uma mobilização política setorial e econômica muito maior na detecção e eliminação de algum foco que possa aparecer. Além disso, há 20 anos não temos circulação do vírus da peste suína clássica nessa região, mesmo sem vacinação. Então estamos muito seguros do que estamos propondo”.
Atualmente a OIE certifica seis enfermidades, das quais o Brasil já obteve o reconhecimento como área livre de febre aftosa com vacinação para 23 Estados, sem contar Santa Catarina que é o único estado brasileiro livre da doença sem vacinação; área livre da peste dos pequenos ruminantes e risco insignificante para a encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca).