Suínos: queda no preço pago pelo animal vivo preocupa criadores

SF Valor

O valor pago pelo quilo do suíno vivo tem queda pela segunda semana consecutiva na integração. Aurora, Pamplona e BRF remuneram R$ 3. A JBS é a única empresa que ainda não reajustou os preços nos últimos dias, mantendo o valor em R$ 3,10. Diante de um mercado fragilizado por diversos fatores, as agroindústrias podem anunciar mudanças no preço base no decorrer dos próximos dias.

No mercado independente, os produtores optaram pela manutenção do valor de referência da bolsa de suínos de Santa Catarina em R$ 3,10. “O mercado está abalado com a indefinição política e sem previsão sobre o que pode ocorrer neste semestre. Hoje o país está com quase 14 milhões de desempregados, fator que interfere no consumo interno”, diz Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

Sinal de alerta

Losivanio afirma que os suinocultores catarinenses já trabalham em sinal de alerta. “Os produtores independentes, por exemplo, tem um custo de R$ 3,40 para produzir um quilo de animal vivo.”

De acordo com Losivanio, os brasileiros deverão consumir menos carne suína em 2017 por optarem pela carne de frango, que está com preços mais atrativos aos consumidores. “Apesar da carne suína ser a mais consumida no mundo, aqui no Brasil o consumo gira em torno de 15 quilos por capita. Esse número deverá cair neste ano.”

Crescimento desordenado da produção

Mesmo com todo o cenário de dificuldade, as agroindústrias e cooperativas incentivam os produtores para aumentarem seus planteis. “Há suinocultores financiando R$ 6 milhões, sem garantia de rentabilidade, mesmo com a existência da Lei da Integração”, relata Losivanio.

O presidente da ACCS lamenta quando ouve de dirigentes de agroindústrias que o produtor de suínos pode suportar novas quedas de remuneração porque o custo de produção também está baixo. “Quando o produtor vai ter condições de vender no preço acima do custo de produção para ter margem de lucro?”, diz Losivanio.