Suinocultura: Projeções ABPA para o segundo semestre de 2016

ABPA

Crise econômica, desaceleração dos negócios, fechamento de fábricas, desemprego. O cenário brasileiro do primeiro semestre foi de estragos em praticamente todos os setores produtivos. Com a expansão do índice de desemprego no país, os níveis de consumo foram fatalmente impactados.

Neste contexto, ao longo dos seis primeiros meses deste ano, os produtores e exportadores de proteína animal viram o preço do milho dar saltos e alcançar patamares superiores a R$ 60,00 a saca. Agora, com a colheita da safrinha de milho e o leve “respiro” diante das cotações praticadas no cereal, é a vez da soja “pesar” nos custos e na competitividade dos produtores avícolas e suinícolas do Brasil.

Para somar-se a estes fatores desfavoráveis, a queda do câmbio a patamares de R$ 3,30 impôs um aperto às margens do setor. Recentemente, a ABPA havia manifestado preocupação com relação à importância da manutenção do câmbio a R$ 3,50, para a manutenção da capacidade competitiva das agroindústrias exportadoras.

Foi uma tempestade quase perfeita. Empresas anunciaram suspensão de turnos. Outras, fecharam unidades ou suspenderam contratos de arrendamento. Apesar disto, o setor tem se esforçado para evitar demissões.

Diante deste contexto, a ABPA – por meio de suas análises periódicas junto às agroindústrias associadas – tem acompanhado uma notável redução dos níveis de alojamento de pintinhos. Mantidos estes patamares, a expectativa é que os volumes de produção caiam para cerca de 13 milhões de toneladas, 4% a menos em relação à expectativa inicial do ano, que era de 13,5 milhões de toneladas.

No caso de suínos, os mesmos efeitos sobre a produção deverão resultar em queda sobre a expectativa inicial de crescimento de produção para este ano (que se esperava chegar a 3,76 milhões de toneladas). Agora, o setor espera repetir volume próximo do produzido no ano passado, de 3,64 milhões de toneladas.

Um alento neste cenário é o incremento das exportações. As novas projeções da ABPA indicam que os volumes embarcados de carne de frango devam crescer neste ano 8% em relação ao total exportado em 2015%. Há grande expectativa coma manutenção das vendas para a China (consolidada como segundo maior mercado importador de carne de frango do Brasil), além do bom ritmo dos embarques para o Oriente Médio e outros países da Ásia, como Japão e Coreia do Sul.

Já para a carne suína, as vendas totais de 2016 em volumes deverão superar em 28% o total registrado nos 12 meses do ano passado. Assim como para o setor de frangos, a China tem se destacado nas importações da carne suína brasileira. Outros grandes mercados, como Rússia (maior importador), Argentina, Chile e Singapura também aceleraram suas compras neste primeiro semestre.

EXPORTAÇÕES DE CARNE SUÍNA

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos) totalizaram, em junho, 61,322 mil toneladas, volume 29,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, o setor já acumula alta de 54,7% em relação ao primeiro semestre de 2015, totalizando 353,3 mil toneladas.

A receita dos embarques em dólares chegou a US$ 122,9 milhões em junho, número 14,8% maior na comparação com o sexto mês de 2015. No semestre, os ganhos chegam a US$ 633,8 milhões, dado 14,8% maior na comparação com os seis primeiros meses do ano passado.

Já o saldo em reais chegou a R$ 420,7 milhões em junho, resultado 13% superior ao alcançado no mesmo período de 2015. No acumulado do ano, a receita obtida chegou a R$ 2,328 bilhões, 40,8% acima do alcançado no primeiro semestre de 2015.



Data da Notícia: 13/07/2016
O SINDICARNE / ACAV / AINCADESC utiliza cookies para a geração de estatísticas nos acessos do site, essas informações são armazenadas em caráter temporário exclusivamente para esta finalidade. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento.