A suinocultura brasileira mantém trajetória de expansão e se
prepara para alcançar um novo recorde em 2026. Para o próximo ano, a produção
nacional deve atingir cinco vírgula seis milhões de toneladas, alta de dois
vírgula quatro por cento sobre o volume estimado para 2025. O desempenho
confirma a força do setor, que avança pelo oitavo ano consecutivo e consolida o
Brasil como fornecedor estratégico no comércio global de proteína animal. Em
2025, a produção está projetada em cinco vírgula quarenta e duas milhões de
toneladas, crescimento de dois vírgula dois por cento em comparação ao ano
anterior, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O aumento
foi impulsionado pela melhora das margens do produtor, favorecidas pelos
menores custos de ração e pelos preços firmes no mercado interno. O primeiro
semestre já refletiu esse cenário, com avanço de dois vírgula cinco por cento
nos abates.
A base desse crescimento está no maior plantel de matrizes
já registrado no país. Em 2025, o número chega a cinco milhões de cabeças,
ligeira alta de zero vírgula seis por cento frente a 2024. No consumo interno,
a carne suína segue como terceira proteína mais consumida, com média de dezoito
vírgula sete quilos por habitante ao ano índice estável frente a períodos
anteriores. A exportação, porém, é o principal motor da cadeia. Entre janeiro e
setembro, o Brasil embarcou um vírgula dois milhão de toneladas (incluindo
miúdos), avanço de dezesseis por cento sobre o mesmo intervalo de 2024. A
expectativa da ABPA é encerrar 2025 com um vírgula quarenta e cinco milhão de
toneladas destinadas ao mercado externo, alta de sete vírgula dois por cento. A
competitividade brasileira se apoia nos baixos custos de produção e na taxa de
câmbio favorável, fatores que abriram espaço para diversificação de destinos.
Uma das mudanças mais relevantes ocorreu no ranking dos
compradores. Em 2025, as Filipinas ultrapassaram a China como principal destino
da carne suína brasileira, com aumento de setenta e três por cento nos volumes
importados, chegando a cento e treze mil toneladas. Japão e México também
ampliaram suas compras. Essa ampliação compensa a redução das importações
chinesas, afetadas por investigações antidumping e pela rejeição de cargas
brasileiras no último ano.
No cenário global, analistas apontam que a redistribuição do
produto brasileiro deve alterar fluxos internacionais. A menor presença do
Brasil na China abre espaço para concorrentes em segmentos como o de miúdos,
enquanto a oferta nacional tende a ganhar protagonismo em mercados do Sudeste
Asiático e das Américas, ampliando a competição entre exportadores.