A suinocultura deu um
salto histórico, com a adoção do sistema de produção em múltiplos sítios
(maternidade, creche, crescimento e terminação) como uma das transformações
estruturais mais marcantes. O analista Armando Lopes do Amaral explica que essa
reorganização viabilizou o fluxo “tudo dentro – tudo fora”, que permite a
limpeza, desinfecção e vazio sanitário entre lotes, reduzindo a mistura de
origens e diminuindo a disseminação de agentes patogênicos. O conceito de
“manejo inteligente” evoluiu de uma boa rotina para um modelo de gestão
inteiramente baseado em dados. Sensores, sistemas de ventilação e climatização
automáticos, e a nutrição de precisão permitem ajustes imediatos em ambiência,
nutrição e desempenho zootécnico, resultando em maior previsibilidade e
sustentabilidade. Cada ação ou intervenção é apoiada por monitoramento contínuo
e análises em tempo real, transformando dados em informação útil para a tomada
de decisão. A análise histórica, por exemplo, permite a avaliação de variações
sazonais, possibilitando antecipar estratégias de manejo e otimizar os recursos
de forma precisa.
A biosseguridade tornou-se a palavra de ordem, orientando
desde o planejamento estrutural até o manejo diário. Amaral destaca a
importância da integração entre a biosseguridade externa (controle rigoroso de
acesso de pessoas, veículos, animais e materiais, além da adoção de quarentenas
e cerca perimetrais) e a biosseguridade interna (vazio sanitário, controle de
fluxo e limpeza contínua das instalações) para garantir a sanidade, o bem-estar
e a produtividade. A biosseguridade exerce um papel central, impedindo a
entrada de patógenos na propriedade e evitando sua disseminação entre os
diferentes setores da granja, o que reduz de forma expressiva a incidência de
enfermidades e o uso de antimicrobianos.