Um grupo de suinocultores de Santa Catarina mobilizou-se
junto à Assembleia Legislativa para solicitar a revisão dos prazos
estabelecidos pela Portaria 50/2025, que impõe novas e rigorosas regras de
biosseguridade para as granjas comerciais do estado. O pleito foi levado ao
deputado Sargento Lima (PL), com o pedido de que o parlamentar intermedeie um
diálogo com a Secretaria da Agricultura e a Cidasc. Embora o setor reconheça a
importância da normativa para manter o status sanitário que permitiu exportar
US$ 1,7 bilhão para 78 países no ano passado, os produtores alegam dificuldades
para cumprir o cronograma de adequações estruturais.
O ponto central da reivindicação não é a rejeição das
normas, mas o tempo para implementá-las e a modalidade de investimento. O
governo estadual disponibilizou o programa “Biossegurança Animal”, com crédito
de até R$ 70 mil por propriedade, mas os produtores que buscaram o apoio
legislativo demonstram relutância em contrair novos empréstimos diante da atual
instabilidade econômica nacional. A preferência do grupo é por uma extensão dos
prazos para a execução das obras exigidas, evitando o endividamento bancário
neste momento.
Diante da demanda, o deputado Sargento Lima avalia a
convocação de uma audiência pública para reunir todas as partes envolvidas e
buscar um consenso técnico e econômico. Atualmente, a portaria segue um
cronograma escalonado: medidas operacionais básicas, como o uso de vestimentas
exclusivas e desinfecção de veículos, já estão em vigor. Já as adequações
físicas mais complexas, como a construção de cercas de isolamento, possuem
prazos que variam de 12 a 24 meses, períodos que os produtores consideram insuficientes
para a realidade financeira atual da atividade.