Suinocultura Industrial
Nadar contra a maré dos altos preços dos insumos, essa é a atual realidade dos suinocultores paulistas e mineiros que aos poucos estão conseguindo diminuir a margem de prejuízo. Em Minas Gerais, a Bolsa de Suínos fechou nesta segunda-feira (06/06) em R$ 4,40 Kg/ vivo após uma intensa negociação entre produtores e frigoríficos. Já na praça de São Paulo, as novas referências estão em R$80 a R$82 @, o equivalente a R$ 4,32 a R$ 4,37 Kg/vivo.
São Paulo
Antes do fechamento da bolsa paulista o mercado na praça estava em R$ 78 @ = R$ 4,16 Kg/vivo. Em função da redução da oferta de animais vivos e uma semana de expectativa melhor de consumo, os preços foram reajustados a R$ 80 a R$ 82@ = R$ 4,32 a R$ 4,37 Kg/vivo.
“Em relação ao custo de produção, continua apertado. Tivemos negócios ontem a R$ 56/saca do milho. A soja teve a R$ 1.540 ton - posto Rio Verde – que representa cerca de R$ 1.700 – posto granja de São Paulo. Ou seja, a reação dos preços dos suínos ainda não é suficiente para diminuir o custo de produção”, conta Ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS).
Em São Paulo, o custo de produção está em R$ 4,75 Kg/vivo, uma diferença de R$ 0,43 para o produtor. “Esta perda é contínua desde janeiro. O suinocultor perde a meio ano, isso vai ter impacto. Por necessidade irá ocorrer uma redução na oferta de carne. Acredito que nos próximos 30 a 60 dias haverá uma redução de 20% a 25%”, avalia Ferreira.
Minas Gerais
Segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), os produtores abriram a negociação solicitando o fechamento da Bolsa de Suínos de Minas Gerais em R$ 4,50, mas os frigoríficos ofereceram R$ 4,30 como proposta para fechamento da Bolsa. Após intensa argumentação, por parte dos produtores, houve consenso no fechamento de R$ 4,40/kg.
“Tivemos uma recuperação e o mercado está forte por conta da escassez de animais e, nas próximas semanas, deve haver uma redução de 20% na oferta, com isso a cotação tende a subir. Seguramente na próxima semana teremos um novo reajuste”, diz o presidente da associação Antônio Ferraz.
Ferraz ressalta que o produtor mineiro ainda continua “correndo atrás do prejuízo”, que nesta semana soma uma diferença de R$ 0,30, com o custo em R$ 4,70 mediante ao elevado preço dos principais insumos para produção, milho e soja. “Já são seis meses trabalhando no vermelho”, completa.
Dados da pesquisa Mercominas mostram que o volume de compra de carcaça por parte das casas de carnes da região metropolitana de Belo Horizonte subiu 5,01% e que o preço médio da carcaça no atacado subiu 7,57% em relação à semana passada, além de explicitarem um aumento das vendas de animais vivos na ordem de 7,36% em relação à média semanal.