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É o que aponta a segunda edição da "Sondagem de Mercado do Agricultor Brasileiro", realizada em parceria pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Cobertura - De acordo com o estudo, os agricultores lançaram mão de recursos do próprio bolso para cobrir, em média, 41% de suas necessidades de financiamento na temporada anual. Em 2014/15, o percentual foi de 35%. Na mesma comparação, a participação dos bancos nesse "funding" total diminuiu de 51% para 42%, a das indústrias de insumos aumentou de 1% para 2%, a das revendas subiu de 2% para 3% e a das tradings caiu de 3% para 2%.
Sondagem - A sondagem foi realizada durante o plantio da safra de verão de 2015/16 (de outubro a dezembro do ano passado) com 489 agricultores de pequeno, médio e grande portes das regiões CentroOeste e Sul. As comparações são com a primeira sondagem do gênero feita por OCB e Fiesp, referente ao ciclo 2014/15 mas divulgada apenas no segundo semestre do ano passado.
Aumento considerável - "Por esse levantamento, percebemos que os recursos de capital próprio aumentaram em uma escala considerável nesta safra, enquanto as cooperativas também custearam uma parcela interessante dos insumos", afirmou ao Valor o coordenador do ramo agropecuário da OCB, Paulo César Dias. "E isso aconteceu muito em função da dificuldade de crédito no período de précusteio [de março a junho]", acrescentou.
Preocupação - Dias explicou que, como a sondagem foi conduzida durante o último trimestre do ano passado, os produtores se mostraram bastante preocupados em relação à disponibilidade de crédito rural até o fim desta safra 2015/16. Isso porque, até então, o Ministério da Agricultura ainda não havia sinalizado que o Banco do Brasil ofertaria, neste semestre, R$ 10 bilhões para o précusteio do próximo ciclo (2016/17).
Expectativa - Como era de se esperar, 60% dos produtores entrevistados também se mostraram muito preocupados com o acesso ao crédito para précusteio e custeio da temporada 2016/17. "Se refizermos a pesquisa agora, talvez esse percentual seja menor, porque os agricultores já têm mais certeza de que há recursos à disposição", completou Dias.
Cooperativas - A sondagem também mostrou que as cooperativas continuam a ser o principal canal de distribuição de insumos para os produtores: 48% dos consultados afirmaram que compram seus fertilizantes nas cooperativas, ao passo que 35% disseram preferir as revendas, 30% adquirem os produtos diretamente com indústrias e 5% recorrem a tradings e cerealistas.
Defensivos - Um comportamento semelhante ocorre nas aquisições de defensivos: 47% dos produtores disseram comprálos em cooperativas, enquanto 45% têm preferência pelas revendas, 22% negociam em primeiro lugar com as indústrias e 3% com tradings e cerealistas. No caso das sementes, 41% dos produtores acessam em primeiro lugar as cooperativas, 39% preferem as revendas, 26% as indústrias e 7% as tradings e cerealistas.