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Nesta quarta-feira (20), os preços da soja voltaram a despencar na Bolsa de Chicago e tiraram ainda mais a força dos negócios no Brasil, que ainda são pontuais e feitos com poucos volumes. Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os atuais negócios ainda voltam-se para a conclusão de operações já iniciadas e não para novas.
Afinal, os preços não são atrativos como há algumas semanas, o mercado internacional apresenta forte volatilidade - típica desse momento - e o câmbio também limita um avanço das cotações internamente. Por outro lado, alguns patamares ainda são mantidos com o suporte vindo dos prêmios fortes pagos pela soja nacional. Em Paranaguá, por exemplo, as primeiras posições de entrega têm prêmios de US$ 1,90 oferecidos acima dos valores praticados em Chicago.
Nos portos, os preços voltaram a ceder nesta quarta e, no disponível, a soja foi a R$ 84,00 em Paranaguá e a R$ 81,70 em Rio Grande, perdendo, respectivamente, 2,33% e 2,16%. Já para o mercado futuro, baixa de 0,61% no terminal paraense - para R$ 81,00 - e de 1,59% no gaúcho, para R$ 80,50 por saca.
Ao mesmo tempo, o dólar registrou um novo dia de perdas frente ao real para trabalhar próximo dos R$ 3,25, se distanciando cada vez mais dos R$ 3,30, o que também contribui para uma formação mais baixa dos preços no Brasil. Algumas indefinições políticas e econômicas internas pesam sobre o andamento dos negócios, enquanto os traders dividem suas atenções com as inúmeras questões que chegam ainda do cenário macroeconômico internacional.
"Daqui para frente, devemos ver o dólar caindo um pouco mais, com alguns momentos de recuperação, porém, o cenário todo é contra o dólar, ou seja, os EUA devem demorar mais para subir os juros e, aqui no Brasil, o Copom deve manter as taxas. É muito dinheiro sem uma remuneração descente, e o Brasil é um prato cheio para isso, principalmente agora, com menor risco político", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
Assim, o mercado, como explica o executivo, o momento é de revisar suas contas, aproveitar os melhores momentos, ou aproveitar melhores oportunidades de negócios que poderiam chegar entre os meses de outubro e novembro.
Com essa conjuntura, os preços da soja já exibem baixas também no interior do país, as quais superaram 1% nesta quarta-feira entre as principais praças de comercialização.
Em Panambi/RS, a saca perdeu 1,28% para R$ 74,04; em Londrina/PR, 1,34% para R$ 73,50; em Campo Novo do Parecis/MT, 2,67% para R$ 73,00 e em Barretos/SP, o recuo foi ainda mais severo - de 13,93% - levando o preço a R$ 63,43 por saca. A exceção ficou por conta de São Gabriel do Oeste/MS, com alta de 1,33% para R$ 76,00 e Sorriso/MT, com ganho de 0,66% para fechar o dia com R$ 76,50 a saca.