Soja tem leves baixas em Chicago nesta 6ª feira à espera do novo boletim do USDA

Notícias Agrícolas

Os futuros da soja, nesta sexta-feira (9) corrigem parte dos últimos ganhos registrados na Bolsa de Chicago e trabalham com leves baixas na manhã de hoje. Por volta de 7h45 (horário de Brasília), os principais contratos perdiam entre 2,50 e 3,75 pontos, com o julho/17 sendo negociado a US$ 9,35 por bushel, e o novembro a US$ 9,41.

A correção vem ainda, além do último avanço, com o mercado iternacional de grãos já se preparando - apesar de seus fundamentos - para o novo reporte mensal de oferta e demanda que chega pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta, às 13h (horário de Brasília).

Segundo analistas internacionais, as atenções estão focadas nos estoques e exportações norte-americanos, bem como na produção da América do Sul.

Paralelamente, o mercado se atenta ainda às eleições que acontecem no Reino Unido e na cena política dos Estados Unidos, além de um preparo para a reuniã do FOMC, nos EUA, na próxima semana, onde as taxas de juros locais poderiam ser revisadas para cima.

Na manhã desta sexta, o dólar index subia 0,42% para 97,36 pontos frente a uma cesta de moedas.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja tem 3º dia consecutivo de altas em Chicago com clima adverso no Meio-Oeste americano

Nesta quinta-feira (8), os preços da soja fecharam sua terceira sessão consecutivo com altas na Bolsa de Chicago, tal qual os futuros do farelo negociados no mercado futuro norte-americano. E nesta sessão, subiram ainda as cotações do óleo, que fecharam o dia avançando mais de 1% na CBOT.

Entre as posições mais negociadas da soja grão, as altas foram de 7,25 a 8 pontos, com o julho/17 - que chegou a superar os US$ 9,40 por bushel - encerrando o dia a US$ 9,38. O contrato novembro, referência para a safra americana, terminou o dia com US$ 9,43.

Parte do combustível para esse avanço dos preços em Chicago vem de altas que têm sido registradas também no mercado do trigo nas bolsas americanas, como explica o analista Eduardo Vanin, da Agrinvest. Com os problemas climáticos afetando severamente a nova safra de trigo dos EUA, os fundos - ainda muito vendidos - também recompram posições, têm rompido resistências e o movimento puxa os grãos de uma forma geral.

Nos Estados Unidos, ainda segundo Vanin, os locais que mais preocupam no cenário climático, neste momento, são as Dakotas do Norte e do Sul e Minnesota, onde o tempo se mostra mais quente e seco. "Estes três estados se destacam pelo aumento de produtividade registrado no ano passado, e pela troca de área de tigo por soja. Atualmente, correspondem por 22% de toda a área plantada de soja nos EUA, quase 1/4 da área americana", diz.

Nos demais estados produtores, ao menos por enquanto, a reserva hídrica do solo ainda traz alguma segurança para o desenvolvimento da safra. Será necessário, portanto, seguir acompanhando os mapas climáticos - que são atualizados diariamente - tal qual os boletins semanais de acompanhamento de safras, trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) todas as segundas-feiras.

"Temos agora um mercado climático com cara de mercado climático e isso tem trazido volatilidade aos preços. Porém, é bom lembrar, que tudo pode mudar no clima e por isso não podemos dizer que o mercado só vai subir a partir de agora", diz Vanin.

Agora, o momento é de adequação do mercado. "Com esse clima não adequado nestes estados, o mercado tem que se readequar, não só os fundos - que precisam correr para cobrir suas posições vendidas, não totalmente, mas parcialmente - e também os consumidores, que não estavam travados, tendo que vir a mercado para comprar ou fazer suas travas que estavam em aberto", explica o analista da Agrinvest.

Entre as notícia do front da demanda, o mercado recebeu nesta quinta o novo boletim semanal de vendas para exportação dos EUA, também reportado pelo USDA.

Na semana, as vendas da safra velha americana vieram 'fracas' e abaixo do esperado pelo mercado, com pouco mais de 159 mil toneladas. Porém, com esse total, o acumulado na temporada já chega a 58.597,2 milhões de toneladas, contra 48.453,8 milhões do mesmo período do ano anterior.

Da safra 2017/18, os EUA venderam mais 221,8 mil toneladas de soja em grão, contra expectativas de 50 mil a 250 mil toneladas, e os espanhois também foram os principais compradores.

Além disso, as informações sobre as importações de soja da China em maio foram recordes e ao somarem 9,59 milhões de toneladas apresentaram um crescimento de 25% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

"A China vive momentos durante a temporada, de margens positivas e negativas - onde, naturalmente, as esmagadoras e tradings reduzem um pouco o ritmo", explica Vanin. "E nesse momento, vemos a China mais cautelosa, em função das margens negativas. (...) Podemos ver a China comprando menos agora, porém, quando as margens voltarem a ser positivas, a China vai vir com tudo", completa.

Mercado Brasileiro

No Brasil, os preços mais uma vez acompanharam o avanço das cotações em Chicago e subiram até 2,44% no interior do país, como foi o caso de Alto Garças, em Mato Grosso. Na região Sul, boa parte das praças de comercialização já vêm as referências voltando à casa dos R$ 60,00 por saca.

Nos portos - Paranaguá, Santos e Rio Grande - a soja disponível fechou o dia com R$ 70,00 por saca e altas que variaram de 0,73% e 1,30%. Já o produto da safra nova foi a R$ 74,00 no terminal gaúcho e R$ 73,00 no paranaense.

Com esse cenário e mais o dólar em alta, as oportunidades para o produtor brasileiro voltam a aparecer - o que já há acontece há alguns dias. "Temos visto uma combinação que não é muito comum, uma curva dos futuros em Chicago inclinada, e isso quer dizer que, para o ano que vem por exemplo, com os vencimentos março/maio valem mais do que os vencimentos que precificam a soja no mercado à vista. E isso favorece a soja na safra nova, além disso, ainda temos os prêmios que estão em um nível bom", diz Vanin.

Mais do que isso, ainda segundo o analista, o risco político no Brasil trouxe ainda mais risco também para a curva de juros no Brasil, que afeta a rolagem do câmbio no país para o ano que vem - que fica maior e é bom para o produtor. "Temos visto uma diferença de R$ 5,00 a R$ 6,00 por saca na safra nova relação à safra velha, produtor tem que aproveitar esse spread porque não é muito comum", conclui.

Nesta quinta, o dólar comercial fechou o dia com R$ 3,26, recuando 0,21% e acumulando, nas últimas três sessões, uma queda de 0,7%.

"Nesse momento, o mercado está acreditando que Temer fica no cargo. Ele ganharia fôlego que pode resultar em apoio para aprovar as reformas", disse o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa, à agência de notícias Reuters, referindo-se às reformas trabalhista e da Previdência.



Data da Notícia: 09/06/2017
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