Soja tem fortes ganhos com petróleo, demanda e clima no Brasil

Granoeste

A semana começa com preços firmes para a soja nos futuros de Chicago. Clima adverso no Brasil, forte alta do petróleo e bons embarques semanais foram os principais vetores que justificam os ganhos expressivos do dia. Investidores voltaram a apostar nas compras depois de terem atuado mais firmemente com vendas em todos os principais mercados agrícolas ao longo da semana passada.

Muitos participantes começam a ajustar suas carteiras para o feriado de Ação de Graças, que acontece nesta quinta-feira, mas que, para a maioria, se estende para sexta-feira e para todo o fim de semana. Num cenário como este, é evidente que a grande maioria prefere ficar long (comprado).

Além de fatores técnicos e da boa demanda pelo produto norte-americano, o mercado está atento ao clima no Brasil. O fenômeno La Niña está, definitivamente, mostrando a sua cara. As chuvas ficaram mais frequentes entre a região central e norte do país, mas tendem a ficar mais escassas no sul, onde, a cada dia, há sinais mais claros de déficit hídrico. Em algumas regiões, as lavouras mais adiantadas estão entrando na fase de floração, momento crítico para determinação do nível de produtividade. Fechamentos: janeiro a U$ 10,2025, alta de 26,50 cents/bu e março a U$ 10,2850, ganhos de 26,25 cents/bu.

A demanda segue firme e vai absorvendo a grande safra dos EUA que está no mercado. Porém, mais do que do bom ritmo de consumo, o futuro dos preços dependerá da oferta sul-americana. É ano de mudança do padrão climático e as incertezas estão em alta. Daqui para frente os preços estarão sujeitos a muita especulação e muita volatilidade.

Inspeções

O USDA informou ter inspecionado o embarque de 2,67 milhões de tons no decorrer da última semana. Na temporada, o volume embarcado soma 21,9 milhões de tons, ante 18,2 milhões de tons do mesmo intervalo do ciclo anterior.

Exportações

Os embarques de soja brasileira entraram definitivamente no período de entressafra. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, até a última sexta-feira, em novembro foram embarcadas 240 mil tons do produto. Na temporada, os embarques somam 50,5 milhões de tons, ante 45,5 milhões de tons do mesmo período da estação passada.

Plantio

O plantio da safra brasileira de soja alcança 76%, ante 65% da mesma época do ano passado e 72% de média histórica. Houve avanço de 11 pontos percentuais na semana. O levantamento foi conduzido pela consultoria Safras & Mercado e divulgado na última sexta-feira. No Mato Grosso os trabalhos estão concluídos em 97% das áreas (ante 89% de um ano atrás); no Mato Grosso do Sul, em 95% (95%); em Goiás, em 95% (62%); no Paraná, em 90% (89%); em Minas Gerais, em 73% (51%) e no Rio Grande do Sul, em 39% (32%).

Mercado interno

A significativa melhora das cotações externas acabaram influenciando positivamente as indicações de compra no mercado interno brasileiro, apesar das perdas verificadas no câmbio. Esta melhora, no entanto, foi mais perceptível para negócios na exportação e, portanto, para pagamento bastante alongado – para janeiro ou fevereiro. A indústria segue limitada por margens de esmagamento pouco atrativas e, consequentemente, mantém indicações mais comedidas. No oeste do estado, indicações entre R$ 73,50 e R$ 75,00 por saca, dependendo do local de embarque e do prazo de pagamento. Em Paranaguá, indicações entre R$ 77,00 e R$ 79,00 por saca.



Data da Notícia: 22/11/2016
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