Notícias Agrícolas
Em meio às recentes pancadas de chuvas, os produtores rurais do Centro-Oeste iniciaram a semeadura da soja da safra 2016/17. No principal estado produtor do grão, Mato Grosso, a semeadura já estava completa em 1,20% da área projetada para essa temporada até o final da última semana, de acordo com levantamento elaborado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o índice era de 0,55%.
Por enquanto, a região mais adiantada com a semeadura do grão é a Oeste, com 2,15% da área já plantada. Em segundo lugar está a região Médio-Norte, com 1,79% da área já cultivada, seguida da Sudeste, com 1,10% da área semeada com a oleaginosa. Contudo, em muitas regiões, os produtores rurais ainda estão cautelosos, uma vez que, as chuvas foram localizadas e insuficientes para adequar os níveis de umidade nos solos.
Na localidade de Campo Novo do Parecis, apenas 10% dos produtores iniciaram os trabalhos nos campos. A presidente do sindicato rural do município, Giovana Velke, reforça que, os agricultores ainda esperam a consolidação das chuvas para iniciarem o plantio com segurança. "Até porque, temos custos elevados, dificuldades na aquisição do crédito e não há sementes disponíveis para o replantio caso seja necessário", pondera a liderança.
O cenário é semelhante em Canarana, já que os produtores também esperam as chuvas mais consistentes. "De modo geral, tivemos chuvas ao redor de 10 mm, em algumas propriedades, o índice supera os 40 mm, porém, precisamos de precipitações entre 70 mm até 100 mm para reverter o nível de umidade no solo", afirma o presidente do sindicato rural, Arlindo Cancian.
Em outra importante região produtora do estado, Nova Mutum, cautela ainda é a palavra de ordem. Sem chuvas uniformes, os trabalhos nos campos caminham somente em propriedades em que o solo está úmido o suficiente. “Após as perdas da safra passada, esse é um ano de cautela. Os agricultores aguardam a umidade correta para a germinação das sementes. De maneira nenhuma podemos arriscar plantando no pó, como já aconteceu em safras anteriores”, destaca o presidente do Sindicato Rural do município, Emerson Zancanaro.
Com chuvas entre 10 mm até 50 mm, apenas 3% da área foi cultivada com a soja em Lucas do Rio Verde. "A semeadura começou apenas nas propriedades em que tivemos chuvas. A perspectiva é que a partir do final do mês esse trabalho no campo ganhe ritmo, uma vez que, temos algumas previsões de chuvas", sinaliza o presidente do sindicato rural, Carlos Simon.
Em contrapartida, em Sinop, as chuvas acumuladas desde o dia 15 de setembro superam os 200 mm. “Tivemos chuvas entre 100 mm até 250 mm em algumas localidades, nesse período. Com isso, o índice de umidade melhorou e muitos produtores iniciaram a semeadura da soja. Inclusive, já temos soja emergindo na nossa região. Também temos o plantio andando na região de Nova Ubiratã e Sorriso”, destacou o presidente do sindicato rural do município, Antônio Galvan, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Para essa semana, a tendência é de ocorrência de novas pancadas de chuvas, especialmente sobre a faixa Norte do Brasil, de acordo com informações reportadas pela Climatempo. “Porém, os modelos matemáticos de previsão continuam dando chuvas muito abaixo da média para o mês de outubro em grande parte da região Centro-Oeste e Sudeste, bem como no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia”, informou em nota.
Mato Grosso do Sul
O vazio sanitário para a cultura da soja também terminou no último dia 15 de setembro no estado. E, até o momento, em torno de 3% da área projetada para essa temporada foi cultivada, segundo pondera o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto.
“A região sul do estado é mais adiantada, pois tivemos chuvas. Ainda assim, são chuvas irregulares, entre 30 mm a 50 mm e, os produtores também estão utilizando o sistema de irrigação. No caso do norte de Mato Grosso do Sul, a perspectiva é que os trabalhos nos campos se iniciem na primeira quinzena de outubro, que é mais garantido”, completa o analista.
Goiás
O mesmo ocorre no estado de Goiás, o vazio sanitário para a soja só termina no dia 30 de setembro. E, segundo destaca o assessor técnico da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás), Pedro Arantes, os trabalhos da safra de verão deverão começar em meados de outubro. “Ainda estamos com o solo muito seco no estado e precisamos de chuvas entre 80 mm a 100 mm para tentar reverter esse quadro”, reforça.
Tocantins
Apesar das chuvas recentes, os produtores rurais do Tocantins ainda não estão liberados para iniciarem o plantio da soja. Isso porque, o vazio sanitário da oleaginosa só termina no dia 30 de setembro no estado. O produtor rural de Darcinópolis, Marcílio Fernandes Marangoni, explica que, por enquanto, as chuvas ainda são esparsas e bem isoladas.
“A região de Palmas, capital do estado, registrou maior volume de chuvas. De modo geral, a perspectiva é que o cultivo da soja comece entre os dias 15 a 20 de outubro. Precisamos de um volume maior de precipitações para recompor a umidade nos solos”, sinaliza o produtor rural.
Paraná
No estado, cerca de 3% da área já foi cultivada com o grão até a última semana, segundo levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural). Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, reforçou que, os trabalhos nos campos deveriam ganhar ritmo a partir do dia 26 de setembro devido às previsões de chuvas para o estado.