Setor da suinocultura enfrenta crise e produtores pedem ajuda ao governo

G1

Alimento essencial para os suínos, o milho acumulou alta expressiva de preço neste ano. A colheita foi prejudicada pela seca, que provocou a falta de grãos e muitos produtores preferiram exportar. O resultado foi que a ração para os animais ficou cara demais. De janeiro a setembro de 2016 o setor já acumula R$ 2,4 bilhões de prejuízo, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Suínos.

“A crise, talvez a maior dessa década, não só para produtores, mas para a indústria, para a cadeia de uma forma geral, e que nós não estamos vendo uma resolução a curto prazo. Pelas perspectivas que nós estamos trabalhando, essa crise só vai começar a mudar em julho, agosto do ano que vem, quando entra a safrinha. Então é necessário que se tomem atitudes emergenciais para que a cadeia não sofra perdas sem precedentes”, disse Marcelo Lopes, presidente da ABCS.

Hoje o estoque da Conab está entre 700 mil e 800 mil toneladas de milho, muito abaixo da necessidade mensal do país. Em uma audiência pública realizada na semana passada na Câmara Federal, os criadores reforçaram o pedido para o governo acelerar as importações de milho dos Estados Unidos, com imposto zero, para tentar equilibrar o preço do cereal no mercado interno.

Apesar de bons indicadores no consumo e nas exportações de suíno, os criadores dizem que são os mais prejudicados. E afirmam que não conseguem equilibrar o custo de produção e receita. Eles pediram ajuda da bancada do Congresso Nacional para articular um conjunto de medidas importantes para o setor. Além da importação de milho e da venda em balcão pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), eles também reivindicaram a prorrogação do prazo do pagamento das operações de crédito de custeio.

Não existe uma saída única. A saída única é provavelmente reestruturar essa proposta de polític agrícola com o foco no produtor de proteína animal e também trabalhar a educação financeira desse produtor”, disse Victor Ayres, assessor técnico de Aves e Suínos da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil).



Data da Notícia: 11/10/2016
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