Setor agro teme possível canibalismo causado pela falta de ração

Diário Catarinense

O principal impacto da falta de alimento para as criações de frango e de suínos é econômico e pode decorrer do conceito de “bem-estar animal”. Produtos que são fruto de criações que tenham sido maltratadas antes do abate – o que é o caso de passar fome por falta de ração – são malvistos nos mercados internacionais mais exigentes e perdem a qualidade.

— Estamos fazendo o possível. Hoje ainda há alimento e um esforço conjunto para evitar que isso aconteça — disse o secretário estadual adjunto da Agricultura, Airton Spies.

Se a questão chegar a esse ponto, compradores internacionais podem decidir romper contratos com as empresas. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc) e a Secretaria de Agricultura acreditam que, diretamente, a falta de alimento para os animais não deve afetar as certificações sanitárias.

Logística da ração

O fato de SC estar livre da febre aftosa tornou o Estado uma referência no agronegócio do país. Outra contribuição para a boa imagem no mercado é a independência de vacinas e medicamentos por parte da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Isso garante acesso a mercados que pagam mais pelos produtos com essas características, como é o caso do Japão na compra de carne suína.

Em maio, SC deve receber o status de livre de peste suína clássica. É a primeira vez que a OIE certifica regiões para esse tipo de doença animal. E é também uma espécie de garantia prévia para o Estado, já que a certificação pode passar a ser uma obrigação para vender para países mais exigentes.



— Pode interferir na reunião. Não pelo caráter técnico, mas pelo abalo da imagem do bem-estar animal — disse o presidente da Cidasc, Enori Barbieri.


Entre a situação de produção normal e a falta de comida às criações de frango e de suínos, Santa Catarina está agora em uma área intermediária que seria a “margem de manobra”. Na pior situação, sem ração, os animais começam a se
canibalizar devido à fome.

— Infelizmente corremos sérios riscos de que isso possa acontecer — afirma Barbieri, destacando que se chegar a esse ponto o produtor é multado e obrigado a realizar abate sanitário dos animais.



Data da Notícia: 27/02/2015
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