Coopeavi
A quinta edição da Semana Tecnológica do Agronegócio (STA) começou nesta quarta-feira (17) e apresenta diversas novidades para os produtores rurais capixabas. O evento que foi criado para difundir o conhecimento, mas também se transformou em um importante lugar para fechar negócios, hoje é a maior feira do agronegócio cooperativista do Espírito Santo.
Uma das principais novidades deste ano é a apresentação de painéis com trabalhos técnicos/científicos, produzidos por estudantes, pesquisadores e profissionais atuantes no campo. A organização da feira recebeu diversos trabalhos e classificou onze para serem apresentados durante o evento. “Essa é uma iniciativa para aproximar o conteúdo acadêmico do homem do campo, com uma linguagem mais simples estamos compartilhando conhecimento”, afirma o presidente da Comissão Científica da STA, o Dr. José Roberto Gonçalves.
Os workshops teóricos e práticos são outras iniciativas para estreitar o conhecimento do dia-a-dia do produtor rural. O primeiro, tratou sobre a automação em irrigação de forma simples e eficiente para o cotidiano rural.
“Hoje nós temos diversos equipamentos que atendem de pequenos a grandes produtores rurais. Esses processos de irrigação acontecem de forma autônoma, ou seja, dispensa a intervenção humana, além de utilizar a água de maneira equilibrada e personalizada para cada tipo de plantação”, disse Zenilton Brito, engenheiro de aplicação da Azud.
Além disso, a Semana Tecnológica do Agronegócio deste ano terá exposição de animais, premiação do concurso de qualidade de café, eleição do melhor ovo do Espírito Santo, a presença de palestrantes como o professor Carlos Alberto Júlio, senador Álvaro Dias, entre outras atrações.
Facilidade em realização de negócios
Quem deu a largada e fechou o primeiro negócio na Semana Tecnológica do Agronegócio foi o casal de produtores rurais Teresinha Comper Lima e José Jorge Lima, que adquiriu insumos agrícolas para a propriedade em Rio Santinho, no município de Santa Teresa. O ambiente facilitador para negociações, juros atrativos e rapidez para fechar contratos foram pontos fundamentais para que os clientes saíssem da feira satisfeitos, segundo a gerente da agência Sicoob de Santa Teresa, Liliane Perini.
“Se esse casal não estivesse na feira, essa negociação duraria em torno de 10 dias pelo menos, pois seria necessária a apresentação da proposta, a espera pela aprovação e alguns outros trâmites. Aqui, eles gastaram cerca de 15 minutos”, explica a gerente.
Os juros Pronaf de 5,5% ao ano também é um atrativo para os produtores rurais, que encontram na feira possibilidade de negociação mais ampla. Mas tudo isso só está começando. Ao longo dos próximos dias, a expectativa é que mais de 21 milhões de reais em negócios sejam fechados.
O agronegócio é um mundo de oportunidades para os jovens
De importador de alimentos até meados da década de 1970, o Brasil se transformou nos últimos 25 anos em uma das maiores potências agrícolas mundiais. A tecnologia, que potencializa desde estudos de desenvolvimentos de sementes até maquinário, elevou a produtividade agrícola e hoje, o agronegócio é um dos principais mercados dos país. Mas mesmo com um mercado tão promissor, como manter e atrair as novas gerações para oportunidades no campo?
Essa questão foi debatida na palestra “O agro que dá negócio”, durante a V Semana Tecnológica do Agronegócio, liderada pelo gerente executivo de marketing da Coopeavi, Daniel Piazzini, que mostrou oportunidades em diversos ramos, e espaço para crescimento no campo, para cerca de 200 universitários dos cursos de administração e contabilidade das faculdades da região ESFA e FARESE.
A palavra mais dita por Piazzini durante a palestra foi mesmo “oportunidade”. Segundo ele, a região que agrega Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e municípios próximos sofrem ainda com uma escassez de mão de obra especializada, e instigou:
“Tem muita coisa que permeia o agronegócio que pode ser vista como oportunidade. Os drones hoje em dia já são fabricados especificamente para pulverização de produtos fitossanitários em lavouras. Como seria aqui? Os jovens têm gás para pensar em novas soluções? Temos espaço para isso”, disse Piazzini.
Futuras gerações
Filha de cooperados produtores de ovos, em Santa Maria de Jetibá, e cursando administração na FARESE, Estefani Holz, 22 anos, não pensa em sair do município e acredita que no interior ainda tem espaço no mercado de trabalho.
“O convívio familiar, o clima da minha cidade e outros fatores fazem eu querer continuar em casa e ajudar meus pais, mas, é claro, pensando em formas inovadoras”, disse.
Já Heitor de Sousa, 23, que mora em Santa Maria de Jetibá, pensa em trabalhar com agronegócio mesmo não tendo pais que trabalhem no ramo. “Acho que é um setor que realmente tem muitas chances de crescer e achei a palestra muito interessante”, disse o jovem que estuda contabilidade.
O que mais chama atenção do universitário Gilliard Schulz, 34, é o potencial de crescimento no turismo. “Nossa região é muito bonita, mas acho que é mal aproveitada nesse setor. O agro turismo traz preservação, renda, lazer, mas é preciso muito investimento, não só privado, mas do Estado”.