Notícias Agrícolas
O mercado de frango vivo registrou mais uma semana de estabilidade nas principais praças de comercialização. Nesta sexta-feira (14), a referência em Minas Gerais é R$ 3,30/kg – região com valor praticado – e em São Paulo a R$ 3,10/kg. Há várias semanas, as cotações não registram reação nas granjas, mesmo em período de demanda aquecida.
Com o feriado na quarta feira, os negócios ficaram ainda mais lentos. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias explica que novamente as expectativas de reajustes positivos foram frustradas na semana, com mercado lento e sem novidades. Com isso, desde setembro não é registrada mudanças de preços nas principais regiões, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
A tendência para as próximas semanas é de enfraquecimento no mercado, em função do período do mês. “A tendência para o restante do mês é de uma demanda mais restrita, o que pode contribuir para alterações nos preços”, alerta.
A Scot Consultoria aponta que apesar da estabilidade nas granjas, as cotações no atacado seguem aquecidas, com alta de 2,1% e negociação a R$ 4,80/kg para a carcaça na praça paulista. Apesar disto, o cenário ainda é de lentidão, podendo piorar na próxima semana.
“Tanto na granja quanto no atacado o cenário é de lentidão nas negociações. Com isso, em curto prazo, não estão descartadas quedas nos preços, com a menor movimentação na segunda quinzena do mês”, aponta o boletim.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) também aponta para o aquecimento dos preços no atacado em setembro, principalmente em São Paulo. “No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado se valorizou 2,6% entre 6 e 13 de outubro, com o quilo negociado na média de R$ 4,71 nessa quinta-feira, 13. Para o resfriado, o aumento foi de 1,5% no mesmo período, para R$ 4,76/kg”, apontam os pesquisadores.
Custos de produção
Os custos de produção também registraram melhora em setembro, segundo aponta a Embrapa Suínos e Aves. O ICPFrango/Embrapa registrou recuo de 3,55% em relação a agosto, atingindo 211,50 pontos. No acumulado do ano, a alta é de 6,30% para os custos de produção, enquanto que em 12 meses a variação é de 11,03%. Os dados de nutrição voltam a ser o maior fator de baixa nos gastos de setembro, com recuo de 3,24%.
Apesar do recuo nos últimos meses no índice, ainda existe a necessidade de alta nas cotações com altos preços praticados para os grãos desde o início do ano – que reduziu margens dos avicultores. “Além disso, os preços do milho permanecem em patamares bastante acentuados, o que amplia a necessidade de reajustes no curto prazo”, sinaliza Iglesias.