Santa Catarina manteve nesta semana o preço do quilo do suíno vivo em R$ 8,38, encerrando um ciclo de seis semanas consecutivas de alta. Segundo levantamento das principais bolsas de comercialização do país, o cenário atual indica uma estabilidade nos valores praticados em várias regiões. Em São Paulo, por exemplo, o valor se mantém há cinco semanas em R$ 8,80, enquanto em Minas Gerais está em R$ 8,46 há quatro semanas.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, atribui o bom desempenho do estado especialmente ao crescimento das exportações. “Santa Catarina se destacou nos últimos aumentos justamente pelo desempenho nas exportações, que vêm batendo todos os recordes”, ressalta.
Os números comprovam o protagonismo catarinense no setor. Das 402.400 toneladas de carne suína exportadas pelo Brasil entre janeiro e abril de 2025, 218.300 toneladas saíram de Santa Catarina — mais da metade do total nacional. De Lorenzi também destaca a diversificação dos mercados: “A China ainda é o principal destino, com 47.900 toneladas, mas as Filipinas vêm logo atrás com 45.050. Isso mostra que estamos reduzindo a dependência de um único mercado, o que traz mais segurança”.
Outro destaque é o aumento das exportações para países como Japão, México, Hong Kong e Argentina, que em muitos casos dobraram em relação ao mesmo período do ano passado.
De Lorenzi avalia que o mercado suinícola brasileiro vive um momento promissor:
“Temos uma previsão muito boa para este ano e até meados de 2026. A produção já está no campo e há uma redução importante dos custos de produção, como o milho e o farelo de soja. Isso dá mais fôlego ao produtor”.
Apesar do otimismo, o presidente da ACCS alerta para os desafios: altos custos de investimentos na suinocultura moderna, evasão de jovens do meio rural e a necessidade de adequações ao bem-estar animal. Segundo ele, o momento é de cautela:
“O produtor não deve fazer loucuras nem crescer além da conta. Hoje, quem amplia a produção é quem já está na atividade, sabe o que faz e trabalha com produtividade. Isso garante rentabilidade e qualidade de vida no campo”.
Ele reforça ainda a importância da sanidade animal para a manutenção dos bons resultados nas exportações:
“Cuidar da sanidade do rebanho é fundamental. Não podemos permitir nenhum empecilho que comprometa nossa posição no mercado internacional”.
Santa Catarina segue como referência mundial na produção de carne suína, com genética, tecnologia e manejo que fazem da suinocultura catarinense a mais competitiva do mundo, conclui De Lorenzi.