Agroceres Multimix
Observando um suíno de reprodução, (fêmea ou macho) com 150, 200 ou mais kg, e vendo a pequena área de apoio (cascos dos suínos), devemos cada vez mais nos preocupar com a qualidade do piso das baias, a nutrição e o manejo.
Embora os suínos sejam adaptados para se locomoverem em solos mais duros, garantir que não sofram com problemas locomotores e lesões nos cascos dentro de uma granja é uma tarefa importante que muitas vezes passa despercebida pelo produtor.
Porcas que apresentam crescimento excessivo das unhas, rachaduras, erosões nos cascos dos suínos e aumento exagerado das almofadas plantares, têm pior desempenho reprodutivo e, ainda, o crescimento desigual das unhas impacta significativamente na incidência de claudicação.
Claudicações nos cascos dos suínos são mais corriqueiras do que se pensa e podem resultar em grandes prejuízos. O desempenho pode ser comprometido devido à tendência de o suíno passar mais tempo deitado ou sentado, e se locomover numa frequência menor até a água e a ração. As matrizes reduzem o consumo do alimento e de água, perdem peso, ficam apáticas, sujeitas a infecção urinária, menor produção de leite e problemas reprodutivos, como aborto. Ao mesmo tempo, observamos uma ocorrência maior de leitões esmagados na maternidade, em função da dificuldade que as matrizes com lesões de cascos têm para se deitar. Como consequência, teremos redução no tamanho das leitegadas, no número de leitões nascidos vivos, no número de leitões desmamados e o descarte precoce das fêmeas. As lesões nos cascos dos suínos são um dos principais fatores de risco para ocorrência da síndrome MMA (mastite, metrite e agalaxia).
Nos machos, as lesões de casco – principalmente os posteriores – dependendo da gravidade, podem comprometer a qualidade das montas e até tornar o reprodutor incapaz de realizar as coletas de sêmen, ocasionando o descarte precoce e, assim, perdas na produção.
Medidas preventivas.
1 – Nutrição:
Para que os cascos dos suínos possam se desenvolver perfeitamente, é necessário um balanço apropriado de vitaminas e minerais. Esses nutrientes estimularão o crescimento pleno das unhas e a formação adequada de queratina.
De acordo com o conceito de formulação da ração reprodutor Avant, além de cálcio e fósforo, a suplementação de micro minerais quelatados, especialmente zinco, cobre, selênio e das vitaminas C e biotina, auxilia na produção e manutenção de tecidos queratinizados saudáveis. Adicionalmente, o zinco é essencial para a espermatogênese e a maturação dos órgãos sexuais; o cobre apresenta função importante na reprodução, crescimento, desenvolvimento ósseo e de tecidos conectivos; o selênio e a vitamina E apresentam atividade sinergética de antioxidante, melhora substancial da mobilidade espermática e na capacidade de fertilização; e a vitamina C ameniza as situações do estresse de manejo.
A biotina fortalece as estruturas que compõem os cascos e as almofadas dos suínos, além de auxiliar no tratamento das lesões dos cascos. É indicada a inclusão de no mínimo 0,3 mg/kg na dieta de animais em serviço. Caso sejam observadas lesões nos cascos, esse nível deve ser aumentado para 1 mg/kg da dieta (Cantarelli et al., 2014).
2 – Piso:
Pisos mais duros – como de concreto – porosos e irregulares, podem predispor rachaduras ou lesões nos cascos dos suínos, devido a abrasão do solo. Do mesmo modo, podem favorecer maior umidade no ambiente por não permitir o escoamento das fezes e da urina, promovendo a proliferação de bactérias e mantendo os cascos úmidos, amolecidos e doloridos.
A principal medida de controle é a eliminação da causa. Nesse contexto, é necessária a correção das irregularidades do piso, o uso de espaçamento adequado entre os ripados de acordo com a faixa etária e a adoção de práticas de higiene e desinfecção.
Não devemos nos descuidar da qualidade dos ripados utilizados em nossa suinocultura, principalmente nas fases de reprodução, que são muitas vezes responsáveis pelas lesões e traumatismos nos cascos e dedos acessórios.
Entre as principais recomendações estão:
Não ter superfícies muito lisas, abrasivas e com saliências;
Não acumular matéria orgânica que sirva como habitat a bactérias e parasitas;
Não se deformar com o passar do tempo;
Além do custo do investimento no piso, o suinocultor deve considerar os benefícios na saúde do aparelho locomotor, dos cascos e no bem-estar dos animais.
3 – Manejo:
O casqueamento (apara dos cascos dos suínos) pode contribuir com a melhora na locomoção dos suínos, além de impedir que o casco cresça demais e ocasione problemas futuros. Esse procedimento contribui também com a longevidade dos animais.
O manejo dos lotes, respeitando o número adequado de suínos por baia, também evita briga entre os animais, que podem resultar em lesões nas partes locomotoras.
cascos dos suínos - Agroceres MultimixA saúde dos cascos influencia no bem-estar nos animais. É fundamental que suinocultores e técnicos deem mais atenção a esse assunto, de tal forma a minimizar as perdas produtivas e reprodutivas e, assim, reduzir o impacto negativo desse tipo de problema no resultado financeiro da produção.