Safras e mercados
O mercado brasileiro de frango apresentou preços firmes na semana. A expectativa ainda é por algum reajuste das indicações nos próximos dias, considerando o maior apelo ao consumo durante a primeira quinzena do mês.
"Além disso, a carne bovina apresentou considerável alta no início do mês. Por se tratar de um produto concorrente há espaço para reajustes da carne de frango. O que causa estranheza ainda é o fraco desempenho das exportações, considerando que o real segue altamente desvalorizado durante as últimas semanas", avalia o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo eles, o custo de produção ainda é um problema, considerando que os preços do milho seguem em um patamar elevado neste início de ano. "O controle de oferta segue essencial para a retomada do movimento de alta no mercado interno", completa o analista.
Em São Paulo, o quilo do frango vivo permaneceu estável, na casa de R$ 2,40. Nos mercados integrados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a cotação seguiu em R$ 2,30, assim como no mercado paranaense. Em Minas Gerais, a cotação seguiu em R$ 2,60.
Exportação
Embora impactados pelos bloqueios nas estradas da Região Sul, os exportadores de carne de frango mantiveram ritmo positivo em fevereiro e reduziram o desempenho negativo acumulado em 2015. Os principais responsáveis por isto, segundo números levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foram os embarques de países como África do Sul, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e China.
Somente estes cinco mercados, juntos, acumularam uma elevação de 26,4 mil toneladas nos embarques realizados no segundo mês do ano, totalizando 128,76 mil toneladas.
"Apenas para a Arábia Saudita foram embarcadas 58,2 mil toneladas no mês, 11% a mais em relação a fevereiro de 2014. O mercado é o maior importador de carne de frango do Brasil", detalha o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Ao todo, considerando frango inteiro, cortes, salgados, processados e embutidos/enchidos, foram exportadas 302,1 mil toneladas no mês, resultado 1,6% maior em relação a fevereiro de 2014. Houve elevação, também, na receita em Reais, de 10,3%, com R$ 1,458 bilhão. Na receita cambial, houve queda de 6,7%, com US$ 518,1 milhões.
Já no acumulado do ano, foi registrada redução de 4,2% nos volumes embarcados durante os dois primeiros meses de 2015, chegando a 579,8 mil toneladas. O resultado gerou receita cambial 10,6% inferior ao total do ano passado, com US$ 1,01 bilhão. O resultado em Reais, entretanto, foi 2,4% maior, atingindo R$ 2,761 bilhões.