SAFRA EM SC SOFRE EFEITO DAS CHUVAS

Diário Catarinense

O Brasil espera produção recorde pelo sétimo ano consecutivo nesta safra, mas Santa Catarina não deve comemorar o mesmo feito. As chuvas que castigaram Santa Catarina entre setembro e outubro prejudicaram as culturas no Estado, principalmente as plantações de grãos. A área de milho, de 366 mil hectares, teve retração de 9,5% em relação à colheita passada. A expectativa é de uma safra de 2,8 milhões de toneladas, volume 9% mais baixo que 2015/2014. A boa notícia é que houve um pequeno aumento da produtividade.

Além do efeito da chuva, o milho vem perdendo espaço para a soja, que remunera melhor o produtor. Diversos Estados estão reduzindo o plantio do grão — como Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná também tiveram retração na área cultivada de milho.

Na soja, a área plantada em Santa Catarina é de 633 mil hectares, uma redução de 6% em relação ao ano passado. O volume previsto é de 2,09 milhões de toneladas, retração de 7,5%.

Segundo Gláucia Padrão, economista da Epagri, as projeções já consideram as perdas previstas com o excesso de chuvas do ano passado. Como os próximos meses são importantes para a formação dos grãos – a soja está em fase de floração –, o impacto pode ser maior do que o já calculado. O tempo instável do começo de 2016 afetou algumas regiões produtoras do Estado – por isso, a queda tende a se intensificar.

Para o agronegócio no Estado, o resultado é preocupante. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, afirma que será complicado o abastecimento de milho para as cadeias de avicultura e da suinocultura industrial em Santa Catarina no primeiro semestre deste ano: o grão está caro e escasso, portanto, com preços no alto. Pedrozo avalia que a situação deve melhorar no segundo semestre, com a entrada da safrinha.