Zero Hora
Frente à retração do consumo de carne bovina nos últimos meses em todo o país e da grande oferta de animais para abate no Estado, as indústrias gaúchas prometem baixar em 20% o preço ao consumidor nos próximos dias. Em um esforço conjunto com os produtores rurais, os frigoríficos do Rio Grande do Sul querem estimular a venda do produto, que perdeu espaço nos supermercados para concorrentes mais baratos – como carne de frango e suína.
As vendas de carne bovina no mercado interno caíram 24,5% em junho no país, na comparação com igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
As indústrias gaúchas, que abatiam regularmente de 42 mil a 45 mil cabeças por semana, reduziram o volume para menos de 30 mil cabeças no mês de julho.
– Não me recordo de um período de baixa de consumo tão crítico como esse – disse Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs).
Segundo Moussalle, a redução do preço da carne nesse momento será possível pela safra do boi gordo, que aumentará a oferta de animais para abate.
– Precisamos que o produto tenha saída no mercado – adianta.
As vendas de carne bovina caíram mesmo sem aumento real de preço no último ano, diferentemente de outros alimentos, como leite e feijão, por exemplo. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a redução do consumo no acumulado do ano foi de 5%.
– Em períodos de desemprego e insegurança, os consumidores substituem produtos mais caros por outros mais baratos. É um movimento automático – destaca o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
A redução prometida pelas indústrias gaúchas será repassada de forma integral ao consumidor, garante Longo. As carnes representam 20% de todas as vendas nos supermercados, sendo a bovina a preferida dos consumidores, com 12%. Agora, é esperar para caprichar no próximo churrasco.