Emater/RS
A produtividade da soja no Brasil se mantém inalterada há quase duas décadas. O pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin, atribui o fato a falhas no manejo.Estamos errando em alguma coisa. Não é tecnologia, o problema é manejo, disse ele.
Na quinta-feira (18), Denardin esteve em Catuípe, no Noroeste gaúcho, a convite da Emater/RS-Ascar. O encontro com o pesquisador da Embrapa encerrou com chave de ouro as atividades da Chamada Pública Sustentabilidade, que a Emater/RS-Ascar vinha executando no município desde 2013. Trezentas famílias foram atendidas nos últimos três anos por essa Chamada Pública, financiada pelo Governo Federal.
Estagnação
Desde o ano 2000, a produtividade da soja se mantém estagnada, apresentando uma média de 48 sacas por hectare. O Brasil, segundo Denardin, estaria aproveitando apenas 46% do seu potencial produtivo. No encontro com os agricultores e lideranças políticas de Catuípe, o pesquisador da Embrapa listou falhas, todas associadas ao manejo.
Durante muito tempo, a palha teria sido considerada suficiente para controlar a erosão, todavia são as raízes que fazem a água infiltrar no solo, o que justificaria a diversificação de culturas.
As práticas conservacionistas, como terraceamento e semeadura em contorno (uma das práticas mais antigas), desapareceram. As máquinas são mais importantes que o solo, o foco está no produto, não no sistema, lamentou. Plantar morro acima, morro abaixo e deixar a terra em pousio foram outros equívocos mencionados. Essa discussão está zerada no Estado e aqui está a origem de todo os problemas que temos, concluiu Denardin.