Zero Hora
Será só com a entrada da atual safra de verão que o Rio Grande do Sul começará a recuperar o fôlego nas exportações do agronegócio. No primeiro mês do ano, em um movimento que não chega a surpreender frente ao resultado do ano passado, os embarques caíram. Na comparação com janeiro de 2015, o recuo foi em volume (9,66%) e em receita (16,5%), que somou US$ 503 milhões, como aponta relatório elaborado pela assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Em relação a dezembro, a redução é de 17,16% e 21,24%, respectivamente. – O Estado teve um 2015 muito forte. Com a desvalorização do real, as empresas começaram a exportar tudo – explica Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul. O resultado disso é que faltou produto para colocar agora no mercado. A projeção é de que essa redução nas vendas externas se mantenha no período de entressafra. A retomada deverá vir com o avanço da colheita, sobretudo de soja, principal produto da pauta. Revigoradas com a nova produção, as exportações não deverão, no entanto, ter o mesmo gás do ano passado, quando cresceram 28,45% em volume. A combinação de safra farta e variação cambial não deve se repetir em 2016 na mesma proporção.
O Rio Grande do Sul tem projeção de safra de grãos menor, ainda que a soja possa ter recorde. Outro indicador importante, avalia o economista, é a redução de 7,57% no preço médio, em dólares, da tonelada: – Mostra que ainda não acabou o ciclo de queda nos preços internacionais. Só deve haver melhora em maio, junho, com os números da safra americana. Em relação a janeiro do ano passado, os únicos desempenhos positivos vêm no volume exportado das carnes. Em um timing diferente dos grãos, o apetite foi alimentado pela demanda externa.