A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade estimada é de 7.337 kg/ha. A cultura apresenta implantação lenta em decorrência do período seco, da priorização da atividade na soja ou ainda por escalonamento de plantio, visando diminuir os riscos climáticos. O índice atual de plantio é de 88% da área.
Entre os estádios fenológicos, 48% das lavouras ainda se encontram em fase vegetativa e tem o desenvolvimento um pouco afetado nas regiões de chuvas insuficientes. A proporção de lavouras em estádio reprodutivo é de 50%. Há alta demanda por água, e o tempo seco compromete o potencial produtivo. Na metade Oeste do Estado, a ocorrência de precipitações entre 30/11 e 04/12 amenizaram a situação, mas não viabilizaram a recuperação do potencial produtivo perdido de algumas lavouras. Nessas regiões, já é possível contabilizar perdas em lavouras em fase de enchimento de grãos. Onde o tamanho das espigas é reduzido, o número de grãos por espiga é muito inferior ao esperado, e há muitas falhas na fecundação.
Nas regiões onde ocorreram chuvas satisfatórias, houve prosseguimento de tratos culturais em lavouras com implantação mais tardia, como o controle de plantas invasoras, a adubação nitrogenada em cobertura e o monitoramento e controle de pragas (cigarrinhas e lagarta do cartucho).
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São Borja, em algumas localidades, as precipitações não foram satisfatórias, e as plantas permanecem com sintomas de deficiência hídrica. Em Manoel Viana e em Maçambará, a insuficiência de água já causa perdas irreversíveis, com estimativa de 50% de redução na produtividade das lavouras afetadas.
Na de Caxias do Sul, as lavouras foram beneficiadas pelas chuvas, que reestabeleceram a umidade nos solos e proporcionaram condições favoráveis ao pendoamento e à polinização, fases predominantes nos cultivos de menor altitude, como em Guaporé e em Serafina Corrêa. Já nos Campos de Cima da Serra, as lavouras são de implantação mais tardia, e a fase predominante é o desenvolvimento vegetativo. A principal preocupação dos produtores é o controle de cigarrinhas, com moderada incidência.
Na regional de Ijuí, 55% das lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 35% em floração e 10% em granação. A ocorrência de tempo seco coincidiu com as fases de florescimento, formação e enchimento de grãos. As chuvas entre 30/11 e 04/12 amenizaram a situação, mas não recuperaram os danos já ocorridos em parte dos cultivos. As amostragens em lavouras mais atingidas apontam quebra entre 30% e 50% do potencial produtivo, contudo ainda não é possível estimar perdas gerais na região.
Na de Pelotas, a nova reposição de umidade nos solos proporcionou a retomada do plantio, que será finalizado ainda em dezembro, na maioria das propriedades com produto destinado à comercialização. A área implantada representa 55% da estimada. As lavouras estão 99% em desenvolvimento vegetativo, e apenas 1% iniciou o florescimento.
Na de Porto Alegre, com a maior parte das lavouras já implantadas, praticamente metade da área cultivada encontra-se em estágios de desenvolvimento vegetativo, e a outra metade em florescimento e em início do enchimento de grãos. Em geral, as lavouras estão com bom estande de plantas, apesar da baixa estatura, e com boas condições fitossanitárias. A chuva registrada na última semana favoreceu as plantas e tranquilizou os produtores.
Na de Santa Maria, a cultura é a mais afetada pela insuficiência pluviométrica durante o mês de novembro. Em Tupanciretã, as lavouras sem irrigação e em fases reprodutivas acumulam perdas de 50%. A implantação da cultura atinge 62% da área prevista, e o restante será realizado em sucessão ao tabaco.
Na de Santa Rosa, a irregularidade nas chuvas afetou as lavouras, especialmente nos municípios onde foram insuficientes nos últimos 20 dias. Na região, as lavouras ainda estão 11% em fase de desenvolvimento vegetativo; 35% em floração/pendoamento; 51% em fase de enchimento de grãos; e 3% em maturação. Há uma tendência de antecipação do amadurecimento em decorrência de baixas umidades nos solos e das temperaturas elevadas. Há uma redução na expectativa de produtividade regional de aproximadamente 10%. Alguns produtores já solicitaram a cobertura de Proagro devido às perdas por estiagem. Outro motivo para o acionamento do seguro advém da presença do vírus do enfezamento do milho, transmitido por cigarrinhas, nos primeiros estádios de desenvolvimento das plantas. Neste momento em que as lavouras estão em fase reprodutiva, os sintomas e as perdas se tornaram evidentes, motivando o pedido de cobertura dos prejuízos.
Na regional de Soledade, houve predomínio de temperaturas elevadas ao longo dos dias, baixa umidade relativa do ar e presença de ventos ocasionais. Nesse ambiente, as lavouras, especialmente em fase de florescimento, começavam a apresentar sinais de estresse. Com a ocorrência de chuvas em volumes suficientes na maior parte da região, o problema foi solucionado temporariamente, e as lavouras em enchimento de grãos começam a consolidar a produção. Contudo, em casos pontuais, de menor precipitação, a situação continua afetando lavouras e a sua produtividade.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio cresceu +0,08%, passando de R$ 84,12 para R$ 84,19. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado em R$ 89,00.