Reajuste pago ao produtor anima catarinenses

ACCS

O segundo reajuste da carne suína no mês movimentou o setor e trouxe uma nova visão de mercado pautada nos desafios do produtor. Na última edição do Informativo ACCS o destaque foi para o Mercado de Suínos. Uma semana após o último reajuste, um novo aumento na remuneração ao criador de suíno animou ainda mais a cadeia produtiva.

De acordo com o presidente da Coopercentral Aurora Alimentos, Mário Laznaster, existe um bom equilíbrio entre oferta e procura por todas as carnes. "Isso faz com que as agroindústrias também se atualizem com relação a isso. O mercado externo está bastante ávido por carnes, isso faz com que os produtores sintam esta boa reação e assim as agroindústrias podem repassar a comissão que estão tendo, além do mais temos um custo menor do milho e farelo de soja que também deixa uma margem melhor para o produtor e também para a agroindústria porque ela também tem seus custos em função da integração de todos os animais que ela tem no campo", destaca.

Para Lanznaster o mercado pode continuar nesta crescente. "Talvez vá reagir mais 5% ou 10%. Não é bom que reaja muito, ficando neste patamar está bom. E à um equilíbrio entre produtor de carnes e de produtor de grãos também, uma vez que todos vem que o produtor de grãos está começando a reclamar. Deverá talvez subir um pouco o grão, mas não muito, porque desequilibra o setor", salienta.

Para o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, mesmo com o importante reajuste apresentado, o momento continua sendo de cautela. " Temos que aproveitar este momento, tirar o máximo de produtividade para que possamos ter novamente uma boa lucratividade e quitar todos os passivos que tivemos ao longo destes anos de crise na atividade. Hoje vivemos este momento bom que nos aproxima de um futuro mais promissor, mas temos que ter muita cautela porque não sabemos o que nos espera em 2016 e todas as ações de ampliação de plantel que nós fizermos neste momento será revertida em produção em 2016 e até lá é um tempo muito longo para se estimar que a economia continue crescendo e que o consumo continue da forma como está e também as exportações permaneçam da forma como estão ou até cresçam", observa.

Ainda segundo o presidente da Entidade, a cautela na ampliação do plantel nas granjas deve ser continuada. "Nós notamos um descontentamento de muitos produtores por parte de algumas empresas porque não estão recebendo aquilo que deveriam, principalmente os terminadores que fazem o último ciclo da produção da engorda dos animais. Outra questão que elevamos aos nossos suinocultores é que não é momento de vender plantel, tem muita gente se integrando na forma de Comodato e agora não é o momento para fazer isso, é o momento do produtor se capitalizar, deixar também esse capital do plantel na propriedade para que seja dele, porque se vier qualquer coisa de errado, as agroindústrias tiram o animal da propriedade e aquelas instalações não valem mais nada, ficam sucateadas porque o produtor não consegue vender e nem otimizá-las em outro tipo de produção."

Segundo o presidente da ACCS, o produtor deve ficar atento. "A recomendação que a gente faz é para que o produtor mantenha-se dono do plantel, mantenham a estabilidade, coloquem tecnologia dentro da produção para diminuição da mão-de-obra dentro da propriedade e que tenham mais qualidade de vida, porque sabemos que a vida no campo não é de 8 horas de trabalho, não se tem férias, 13º salário, nem plano de saúde, então tudo isso é que neste primeiro momento temos que fazer acontecer e se mantermos a estabilidade no plantel também estaremos forçando cada vez mais para que seja criado o preço mínimo para que a gente cresça com garantia e também para que os contratos de integração sejam votados e transformem-se em lei trazendo uma garantia para o produtor que durante uma possível crise ele não vá trabalhar abaixo do custo de produção como foi vivenciado nos últimos anos", acrescenta.



Data da Notícia: 26/08/2014
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