O fornecimento de rações livres ou com baixos níveis de contaminação microbiológica, é essencial para garantir a segurança dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano. Além disso, rações mais seguras do ponto de vista sanitário podem favorecer o desempenho zootécnico dos animais no campo. Para a redução ou eliminação de microrganismos em rações e ingredientes, são utilizados métodos térmicos, químicos ou a combinação de ambos. Entre os tratamentos químicos, os produtos podem ser classificados em dois grupos principais: aqueles que contêm formaldeído em sua composição — geralmente associados a ácidos orgânicos — e aqueles formulados exclusivamente com ácidos orgânicos.
O uso de ácidos orgânicos são amplamente utilizados em mercados como a União Europeia no tratamento de matérias primas e rações.
Naturalmente presentes em alimentos fermentados – como resultados de hidrólises, metabolismo químico e atividade microbiana- os ácidos utilizados em escala industrial, como o fórmico, propiônico, acético e lático, são geralmente obtidos por meio de síntese química ou fermentação microbiológica controlada, o que garante alta pureza e disponibilidade.
Esses compostos, bem como seus sais tem sido empregados há décadas como agente conservante em alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos, protegendo-os dos efeitos deletérios do crescimento microbiano e da deterioração natural (Theron & Lues, 2007).
A eficácia dos ácidos orgânicos está relacionada à sua estrutura molecular simples e ao baixo peso molecular, características que lhes permitem atravessar livremente a membrana celular de microrganismos. Em equilíbrio entre as formas dissociada e não dissociada, dependente de pH, sua ação antimicrobiana se dá principalmente pela forma não dissociada, que penetra a célula e, ao se dissociar em um ambiente intracelular de pH mais elevado, libera ânions e prótons. O acúmulo de ânions interfere nas reações metabólicas, enquanto os prótons acidificam o citoplasma. Para restaurar o pH interno, a célula precisa ativar mecanismos de bombeamento de prótons, o que consome ATP e leva à depleção energética — comprometendo o crescimento e a viabilidade celular (Lues & Theron, 2005; Sonja et al. 2017).
Os ácidos orgânicos apresentam propriedades bacteriostáticas e bactericidas, ou seja, podem inibir o crescimento e multiplicação de microrganismos ou mesmo eliminá-los, dependendo da concentração utilizada e do tempo de exposição.
Tratamento das rações e ingredientes com ácido orgânicos tem potencial para reduzir níveis de contaminações por Salmonella nas rações (Koyuncu et al. 2013).
Para o uso eficaz dos ácidos orgânicos na proteção de rações e ingredientes, é essencial considerar:
Como o desafio microbiológico pode se alterar ao longo dos meses ou particularidades de cada fábrica, como recebimento de matérias-primas com maior nível de contaminação entre outros fatores, é fundamental a avaliação dos resultados e ajustes necessários na dosagem.
Outro fator que pode influenciar no sucesso do tratamento com ácidos orgânicos é a matriz a ser tratada. Estudos realizados por Koyuncu et al. (2013) demonstraram que matrizes ricas em proteínas e gorduras tem um efeito protetor sobre a célula da Salmonella.
A formulação do produto de eleição também é fundamental para o sucesso do uso desse produto. Formulações adequadas podem garantir um bom controle microbiológico sem levar a danos expressivos nos equipamentos da fábrica.
A ADM oferece soluções eficazes à base de ácidos orgânicos para o controle da Salmonella em rações e ingredientes, combinando tecnologia segura e desempenho comprovado. Nossa equipe técnica especializada está pronta para apoiar sua fábrica na implementação dos melhores protocolos de segurança microbiológica