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O primeiro mês do ano, sazonalmente, tem a exportação mais fria, entretanto, a derrubada nos embarques de carnes - de quase 20% - veio maior do que o esperado. Isso porque alguns dos principais importadores tiveram o poder aquisitivo pressionado pela queda no preço do petróleo e as apostas de recuperação ficaram para o segundo trimestre deste ano.
A comercialização das duas proteínas animais que têm concorrência direta com o bovino foi afetada pelos mesmos problemas. "Venezuela, Rússia e Angola importaram menos porque o preço do petróleo esfarelou de uma forma significativa e isso diminuiu o poder de compra desses países", afirma o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
No suíno, o executivo ainda ressalta a impossibilidade de transporte de mercadorias pelos portos russos entre os meses de dezembro e janeiro. Neste segmento, entram no radar o México, Coreia do Sul e União Europeia. "A queda nas exportações surpreendeu? Sim, mas não tirou nossa expectativa de crescer no mercado internacional", comenta Turra.
Para o analista da consultoria Safras & Mercado, Allan Hedler, a perspectiva é positiva e o segmento de suínos deve melhorar a partir de março. Porém, o produtor pode se voltar um pouco mais para o mercado interno. Para as aves, a aposta é embarcar para o Vietnã e Malásia. De acordo com o presidente da ABPA, uma grande oportunidade está na abertura de mercado para a Indonésia, que pode acontecer neste ano.