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O simples acompanhamento da evolução dos preços do frango abatido no atacado paulistano já permitia prever que o mês de dezembro não passaria em “brancas nuvens”, isto é, sem algum recuo nos preços. Ainda que, nos últimos meses, um e outro mercado (frango vivo e frango abatido) caminhe de forma independente.
Em 2015, o ápice de preços do frango abatido ocorreu em setembro, mês em que a ave (base de referência: Grande Atacado da cidade; frango resfriado) chegou a obter valor médio próximo de R$4,30/kg, quase 18% a mais que o pico de setembro de 2014.
Mas, como tem sido habitual, antes mesmo do início da segunda quinzena, esses preços passaram a retroceder, só começando a dar sinais de reversão nos últimos dias do mês.
O processo se repetiu nos dois meses subsequentes. Mas além de o pico de preços passar a ser inferior e decrescente em relação a setembro, em novembro a reversão do final de mês não ocorreu. Ou seja: a queda prosseguiu dezembro a dentro, mantendo-se na primeira semana – habitualmente a de melhores resultados do mês.
Nesse processo, o diferencial de preços do frango abatido em relação ao vivo também foi decrescendo. Em setembro, o adicional médio obtido pelo frango abatido ficou em pouco mais de 36%; em outubro, caiu para 28,71%; em novembro, mais um recuo, agora para 21,45%; e nos primeiros 15 dias de dezembro, a cotação média alcançada pelo frango abatido resfriado (perto de R$3,54/kg) ficou apenas 14% acima dos R$3,10/kg alcançados pelo frango vivo.
Naturalmente, essa depreciação na relação de preços do abatido em relação ao vivo só aconteceu porque alguns abatedouros se tornaram compradores intensivos da ave viva. Tudo visando ao abastecimento de um período que não vai além das Festas. Agora, devidamente abastecidos, saem do mercado. É um dos fatores que atuaram para a queda de preços da ave viva.
O segundo fator é a maior presença das empresas integradas no mercado de aves vivas. Ou seja: com o mercado abastecido e assistindo à derrocada de preços da ave abatida, elas estão reduzindo seus abates – mesmo porque ninguém quer encerrar o ano com um “mico” nas mãos. O resultado é o inchamento do mercado do frango vivo, com a consequente queda de preços.