Avisite
No último sábado, 19, após mais de um mês de estabilidade em um valor que, nominalmente, corresponde a recorde histórico, o ovo sofreu ligeira baixa – como que acusando o final do período de Quaresma. Pode-se considerar, porém, que desta vez a baixa veio prematuramente, pois em 2013 ela só ocorreu quase duas semanas após o final da Quaresma.
Embora as perdas do início do ano tivessem sido recuperadas e superadas no bimestre janeiro-fevereiro, o grande arranque do ovo ocorreu exatamente no período de Quaresma, ou seja, a partir de 5 de março. Foi quando, em curtíssimo espaço de tempo (menos de duas semanas), o produto valorizou-se mais de 20%, alcançando um valor nominal recorde que se manteve por 33 dias.
Conta-se, agora, que o ovo tenha um comportamento diferente do observado em 2013, nesta mesma época. Pois então, após redução de cerca de 9% na segunda quinzena de abril, os preços do produto permaneceram inalterados por mais de 90 dias (isto é, até o final de julho), só apresentando nova alta (muito ligeira) em meados de agosto.
Naturalmente, isso não precisa acontecer. Basta que o setor produtivo atue com a mesma eficiência anterior e, com a mesma rapidez observada em janeiro-fevereiro, descarte as poedeiras mais velhas e/ou menos produtivas.
Aliás, a rapidez de ação ganha relevância em 2014, na medida em que o setor corre o risco de enfrentar situações de mercado diferentes, às vezes opostas. Assim, por exemplo, ao trazer para o País expressivo número de visitantes, a Copa do Mundo deve propiciar momentâneo aumento de consumo.
Mas o início do torneio em pouco mais de 7 semanas significa também o início do recesso letivo de meio de ano e, portanto, interrupção do consumo propiciado pela merenda escolar. E, desta vez, o período de interrupção será mais longo que o habitual.
Portanto, mais do que nunca é preciso atenção e ações imediatas. Mesmo porque o preço médio alcançado pelo ovo nos primeiros 110 dias de 2014 permanece cerca de 6% menor que o de idêntico período de 2013. E o custo atual, todos já sentiram, estão mais elevados.