Produtores de carne suína canadenses se preocupam com possíveis novas tarifas nos EUA

O presidente Trump sugeriu essas tarifas como uma forma de pressionar os governos federal e provincial do Canadá a combater a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.

Os criadores de suínos em Manitoba estão particularmente alarmados, uma vez que 40% da produção da província – cerca de 3 milhões dos 8 milhões de suínos abatidos anualmente – é destinada à exportação para os Estados Unidos. Rick Préjet, presidente da Manitoba Pork, afirmou recentemente que as tarifas “podem ter um impacto muito significativo nos preços que os fazendeiros e produtores de Manitoba recebem” pelos suínos exportados.

Préjet expressou sua preocupação sobre como as tarifas afetariam a viabilidade dos produtores locais: “Se as tarifas forem aplicadas, será uma questão de ‘quão mal’ um produtor precisa enviar suínos para se manter à tona, e quanto interesse haverá entre os americanos em comprar esses suínos mais caros. Onde isso vai se resolver? Isso é uma grande incógnita.”

Integração da Cadeia de Suprimentos

A cadeia de suprimentos da produção de carne suína na América do Norte é altamente integrada. As tarifas impactariam não apenas a exportação de suínos vivos, mas também diversos insumos que cruzam constantemente a fronteira, como ingredientes para ração. O Canadá é também o terceiro maior importador de carne suína dos EUA, atrás apenas do México e da China.

Caso os suínos canadenses fiquem sujeitos a tarifas nos EUA, o Canadá pode retaliar com tarifas sobre produtos de carne suína dos EUA e outros itens, interrompendo diversas cadeias de suprimentos. Por exemplo, o Canadá exporta cerca de 7 milhões de toneladas de potássio anualmente para os EUA, sendo Saskatchewan responsável por cerca de 80% desse total, utilizado para fertilizar as plantações americanas. Encontrar fontes alternativas para essa demanda durante a próxima temporada seria desafiador e custoso para os agricultores dos EUA.

Reações Políticas

Os primeiros-ministros Scott Moe, de Saskatchewan, e Danielle Smith, de Alberta, tomaram medidas para atender às exigências de Trump por maior segurança na fronteira. Alberta é um grande exportador de petróleo para os EUA para processamento; o primeiro-ministro Trudeau solicitou que Smith considerasse cortar essas exportações. No entanto, Smith rejeitou essa proposta e buscou maneiras de aproveitar o suprimento energético acessível da Alberta, tentando encontrar um consenso que evite as tarifas abrangentes propostas por Trump.

Vale mencionar que Smith foi convidada para a posse de Trump – um marco histórico, pois foi a primeira vez que um primeiro-ministro canadense compareceu a tal evento. Em contraste, Trudeau não recebeu convite para a posse do novo presidente dos EUA pela primeira vez na história. Ele prorrogou (suspendeu) o parlamento e prometeu renunciar assim que seu partido eleger um novo líder.

Fonte: Pig Progress

Data da Notícia: 28/01/2025
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