Produtividade é fator chave para aumento da competitividade na pecuária

Redação Feed & Food

As margens do mercado pecuário são fator determinante para muitas fazendas. Diante disso, como o pequeno produtor, que não tem estrutura suficiente para conseguir produzir em grandes volumes, pode ser competitivo no mercado?

Com o aumento dos custos de produção, elevar a produtividade e diluir custos só são possíveis com a aplicação de tecnologias e isso, logicamente, custa para ser implementado. “Em um primeiro momento tem-se o aumento por unidade produzida (arroba por exemplo), mas com o avançar da produtividade tem menor ganho pela unidade produzida. No entanto, o crescimento da produtividade permite melhor lucro operacional/ha/ano”, explica o consultor Rogério Coan.

Ele utiliza como analogia um produtor de soja: se o agricultor A tem um custo de R$2.890,00/ha plantado e a produtividade foi de 60 scs/ha, então ele teve um custo de R$48,16/sc. Se o produtor B, que também tem o mesmo custo de produção obter uma produtividade de 52 scs/ha, então o custo será de R$55,57/sc. Se ambos venderem a soja por R$68,00/sc, implica em dizer que o produtor A terá um lucro de R$19,84/sc e o produtor B, de R$12,43/sc. Parece pouco, mas quando se considera 1 ha de soja, veremos que o lucro por hectare do produtor A será de R$1.190,40 e do produtor B de R$745,80, ou seja, uma diferença de R$ 444,60/ha. Se extrapolarmos para 1.000 hectares, a diferença é de R$ 444.600,00.

Coan reforça que a produtividade é e sempre será um dos fatores chaves para aumento da competitividade da atividade agrícola e também da pecuária. “Temos que somente aplicar as tecnologias corretas e utilizar a gestão como mecanismo de controle de custos, de forma que tenhamos uma visão empresarial do negócio. Nenhum negócio poderá prosperar sem custos de produção bem calculado. Como dizia Getulio Vargas, onde há ordem, há progresso”, salienta.

O consultor ainda complementa que o produtor não precisa necessariamente ter grandes volumes para ser competitivo, mas sim, ser eficiente quanto ao quesito produtividade, obtendo sempre mais com menos recursos. Escala produtiva sempre ajudou e sempre ajudará na diluição dos custos, no poder de compra de insumos, compra de tecnologias, entre outros pontos.

“Com certeza para aqueles que não possuem escalas mínimas de produção, a agregação de valor ao seu produto final é uma excelente alternativa. Por isso, há uma tendência natural de termos cooperativas e grupos de pecuaristas que se unem em prol de um objetivo comum, que é produzir com qualidade e vender com preços mais altos. Já temos vários exemplos no Brasil e com grande sucesso”, recomenda Rogério Coan.



Data da Notícia: 24/08/2017
Tags: Pecuária
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