O setor avícola brasileiro tem apresentado sinais distintos nos segmentos de ovos e de frango. De um lado, a produção de ovos atingiu novo recorde no segundo trimestre de 2025, de acordo com levantamento do Cepea. Foram produzidas 1,03 bilhão de dúzias de ovos para consumo, volume 3,2% maior que o registrado no trimestre anterior e 7,2% superior ao mesmo período de 2024. Somente em maio, a produção mensal chegou a 349,5 milhões de dúzias, alta de 7% na comparação anual. Apesar da maior oferta, os preços não registraram quedas significativas, uma vez que as exportações ajudaram a reduzir a disponibilidade no mercado doméstico. No mercado paulista, a caixa com 30 dúzias do ovo tipo extra branco caiu cerca de 4,3% no trimestre frente ao anterior, enquanto o tipo vermelho recuou 6%. Já no mercado de frango, os avicultores seguem atentos à escalada dos custos com insumos, sobretudo milho e farelo de soja, que seguem em patamares firmes devido à demanda interna aquecida e à cautela de vendedores em liberar grandes volumes. Ainda assim, em setembro parcial, o poder de compra dos produtores paulistas tem se mostrado ligeiramente favorável, já que os valores recebidos pelo frango têm avançado mais do que o aumento dos custos, garantindo alguma margem positiva. O milho, mesmo diante de expectativas de maior safra 2024/25, permanece valorizado, enquanto o farelo de soja registra oscilações regionais em função da retomada das compras por parte de consumidores.
Esse cenário indica que, enquanto a cadeia de ovos comemora
a ampliação da produção, o setor de frango mantém um equilíbrio delicado, no
qual a alta dos custos preocupa, mas ainda não inviabiliza a atividade.