AveWorld
O crescimento da produção avícola será "limitado" este ano, informa a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), com a produção atingindo um aumento de apenas 1,4 por cento, para 111,8 milhões de toneladas, metade da média de 3 por cento registrada na última década.
Enquanto a queda dos preços de alimentação tem apoiado o crescimento em muitos países, os desafios na China continuam pesando sobre o total mundial. Na China, as preocupações com a gripe aviária têm causado diminuição na demanda por aves, e a produção global este ano prevê-se estar estagnada em 18,5 milhões de toneladas métricas.
Excluindo a China, a tendência em todos os outros grandes países produtores deverá ser positiva. O relatório, escrito antes do surto de gripe aviária nos EUA se tornar aparente, previu que a indústria avícola dos EUA poderia crescer 0,8 por cento este ano para 20,7 milhões de toneladas métricas. Os ganhos também foram previstos para a UE, o Brasil, a Rússia, México, Índia, Irã e Turquia.
O lento crescimento do comércio de carne de aves
Embora o volume de comércio de aves aumentou em 55 por cento ao longo da última década, o crescimento abrandou desde 2013, e esta tendência deverá continuar este ano. A FAO acredita que o comércio mundial de carne de frango crescerá apenas 2,6 por cento este ano para 13,1 milhões de toneladas métricas.
Isto é devido, em parte, à maior produção nos países importadores, reduzindo sua necessidade de importar. Além disso, surtos de gripe aviária de alta patogenicidade em algumas áreas dos EUA a partir de janeiro em diante causou a suspensão das importações provenientes deste país, enquanto aguarda a sua contenção e erradicação.
Os dois principais importadores de carne de aves, China e Japão, irão manter suas compras em níveis semelhantes aos do ano passado. Estável devido a um crescimento positivo das importações de outros grandes mercados, incluindo México, Arábia Saudita, UE e Vietnan. Essa situação está prevista que se contraste com um segundo ano de queda nas compras por parte da Federação Russa. Ao final do ano, as importações estão estimadas que diminuam em 12 por cento, decorrente da abundante produção interna e da proibição de importações provenientes de países específicos.
Na África, as importações como um todo estão previstas que aumentem 6,7 por cento. Entre os principais países importadores, Angola e Benin irão comprar mais, já que o crescimento da renda reforça a demanda, enquanto as importações da África do Sul estão previstas que aumentem 1 por cento.
Novas oportunidades de exportação
Os três principais exportadores, o Brasil, os EUA e a UE, que juntos respondem por quase três quartos das exportações mundiais de aves, têm visto pouca expansão nas vendas nos últimos anos. Esta situação pode mudar em 2015, quando as vendas brasileiras podem receber um impulso devido ao surto de gripe aviária nos EUA e à abertura de oportunidades na Rússia.
O Brasil, juntamente com os exportadores de segunda linha, como a Tailândia e a Turquia, são esperados que impulsionem a expansão das exportações de aves do mundo em 2015. Argentina, no entanto, que também tem visto um crescimento substancial nos últimos anos, sofreu um declínio em seu principal mercado, a Venezuela, em 2014 - e uma nova queda global das vendas está prevista este ano.