Valor Econômico
Os preços internacionais dos alimentos registraram em agosto a maior queda em sete anos, segundo o índice de Alimentos divulgado nesta manhã pela FAO. A desaceleração da demanda da China e os estoques globais maiores estão entre as razões para o recuo.
O índice, que mede uma cesta dos 73 alimentos mais comercializados no mundo, recuou no mês passado para 155,7 pontos, ou 5,2%, na maior queda desde dezembro de 2008. São analisados os preços de grãos, carnes, laticínios, açúcar e óleos vegetais.
Conforme a entidade, a deterioração do mercado acionário na China em agosto e o choque cambial entre os maiores consumidores de matérias-primas levaram à maior queda nos preços de commodities internacionais em 16 anos. Os temores de uma desaceleração maior da demanda se intensificaram, em meio a um cenário de estoques globais inflados depois de anos de superávit na produção.
Conforme a FAO, há hoje no planeta estoques abundantes de trigo devido à safras mais robustas no hemisfério Norte.
Os preços dos laticínios, por exemplo, recuaram 9,1% no mês. Os do açúcar, 10%, o maior recuo desde 2007, na medida em que a valorização do dólar impulsionou as exportações do Brasil, o maior produtor mundial.
Os preços dos óleos vegetais recuaram 8,6%, sobretudo devido às importações menores da China. Os preços das carnes permaneceram estáveis.