O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou nesta sexta-feira dois destaques para o setor avícola: enquanto os preços dos ovos encerraram a primeira quinzena de outubro em comportamento estável, as exportações de carne de frango continuam em trajetória ascendente, mesmo diante dos desafios trazidos pela gripe aviária.
Nos mercados acompanhados pelo Cepea, os preços dos ovos permaneceram estáveis ao longo da primeira quinzena de outubro. Segundo os pesquisadores, a valorização observada no início do mês — impulsionada pelo aumento da demanda pela proteína — perdeu força nos últimos dias.
Mesmo assim, o bom ritmo de vendas e uma oferta controlada em diversas praças ajudaram a sustentar as cotações. A menor pressão de baixa é explicada pela gestão equilibrada entre produção e consumo, o que vem garantindo estabilidade nos principais polos produtores do país.
De acordo com o Cepea, a regularidade do mercado reflete um cenário de cautela por parte dos agentes, que monitoram tanto a reposição de estoques quanto o comportamento do consumidor neste período de transição entre meses, tradicionalmente mais estável para o setor.
No segmento da carne de frango, o cenário é mais positivo. Caso o ritmo atual se mantenha nas próximas semanas, 2025 pode encerrar com recorde no volume exportado — resultado que ganha ainda mais relevância diante do surto de gripe aviária registrado em maio, em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
Segundo o Cepea, o Brasil registrou em setembro o maior volume exportado em 11 meses, e o desempenho de outubro segue acelerado: o ritmo diário de embarques está 9,6% superior ao de setembro e 16% acima do observado no mesmo período de 2024.
A retomada das importações de frango brasileiro pela União Europeia tem sido um dos principais fatores de impulso para o setor. Mesmo assim, as vendas para a China — importante destino da proteína — permanecem suspensas, o que indica que há potencial para resultados ainda mais expressivos caso o mercado asiático volte a importar.
Os pesquisadores do Cepea ponderam, contudo, que o controle sanitário continuará sendo determinante para a manutenção do bom desempenho das exportações. Novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou similares) em granjas comerciais poderiam afetar as negociações e alterar o cenário otimista que hoje se desenha para a avicultura brasileira.