Preço do milho deve se manter estável

Portal DBO

O cenário do milho deve permanecer sem alterações até o fim do ano. O grão iniciou o ano com preços em alta e as conjunturas do mercado interno e externo devem manter a cotação atual estável durante o restante de 2016. Na última sexta-feira, 8 de abril, a saca foi cotada a R$ 48,92 na praça de Campinas, segundo indicador Cepea – Esalq/USP, alta de quase 75% em relação a cotação do mesmo dia no ano passado.

De acordo com André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, nem mesmo a possível maior oferta do grão após a colheita da safrinha, em junho, deve pressionar os preços. “Pode haver uma pequena queda, mas não acredito que elas seja muito significativa. Afinal, as exportações estão aquecidas. Cerca de 60% da segunda safra foi vendida antes mesmo de ser plantada”, destaca. “Só não exportamos mais porque não vai ter volume”, acrescenta.

A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estima que a produção da safrinha de milho em todo o Brasil alcance 57,1 milhões de toneladas, alta de 4,7% em relação ao ano passado.

Outro fator crucial para o aumento no preço foi o clima. “As lavouras precisam de chuva entre abril e maio para garantir a safra, mas não está chovendo. Se a água vier só no mês que vem, talvez seja tarde demais”, avalia o consultor, afirmando que os únicos fatores que poderiam baixar o preço do grão é uma nova safra recorde nos Estados Unidos e o fim da política de preço mínimo na China, que acabam sendo anuladas pelo cenário atual.

A escassez de milho no mercado doméstico fez com que pecuaristas buscassem a importação do grão de outros países, principalmente Paraguai e Argentina. O movimento foi puxado principalmente pelos mercados de aves e suínos. Segundo Pessôa, é estimada a importação de 700 mil toneladas do grão da Argentina até o fim do ano. Em abril, o volume deve ser de 100 mil toneladas. É a maior importação do Brasil desde 2000, quando o País trouxe 1,5 milhão de toneladas de milho dos argentinos.

A Argentina tem ganhado mais força no mercado internacional de commodities após a mudança recente nas políticas de tributos e exportação adotadas pelo Governo Macri.



Data da Notícia: 12/04/2016
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