Preço da saca deve voltar a cair em julho

Correio do Povo

Após um aumento de 64,5% desde o último ano, a expectativa do setor é de que preço da saca de milho volte a cair a partir de julho, quando entra no mercado a segunda safra do grão, a ser colhida no Paraná e na região Centro-Oeste. Segundo o consultor agropecuário Carlos Cogo, o cenário faz com que esse seja o momento para o produtor vender o cereal, já que a cotação está em R$ 40,89 a saca, contra R$ 24,86 registrados em março de 2015. “Quem tem estoque de milho e está retendo, à espera do melhor preço, talvez deva repensar a estratégia e começar a vender o produto, pois a tendência é de que o preço caia”, aconselha. Cogo explica que em razão do volume de exportação do milho no ano passado, a produção disponível até o momento não está acompanhando a demanda. O presidente executivo da Abramilho, Allyson Paolinelli, concorda que a cotação do milho deve se ajustar com a entrada da safrinha, no entanto, aponta que o problema vai se repetir se o Brasil não buscar uma forma de aumentar o plantio da cultura. “Temos de fazer crescer a produção. O Brasil tem espaço e tecnologia e a nossa demanda é muito maior que a área plantada”, diz. De acordo com Paolinelli, que já foi ministro da Agricultura, o milho deve ser o cereal mais consumido no mundo nos próximos anos, pois alimenta a cadeia produtiva das carnes, que começa a entrar em mercados como Índia, China e outros países. Paulo Pires, presidente da Fecoagro, afirma que a escassez do milho e o preço aquecido são resultado dos 35 milhões de toneladas de produto exportado e de 12 anos de redução na área plantada. “O milho se valorizou. O que precisamos é sentar, produtores de milho e produtores de carne (aves e suínos, principalmente), para encontrarmos uma solução que seja boa para todos”, destaca o dirigente.