Desde a entrada em vigor da tabela de preços mínimos para fretes rodoviários, há 34 dias, os setores de soja e milho acumulam prejuízos de R$ 17 bilhões, segundo cálculo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Caso seja mantida por mais dois meses, as perdas podem chegar a R$ 47 bilhões.
No cálculo, a CNA considerou o aumento do valor do frete – de até 150% no caso da soja –, perda de contratos descumpridos pelo aumento do preço do transporte, e as multas por atraso na entrega das cargas para exportação, sobrecarregando os armazéns. “Essa é uma estimativa conservadora”, diz a assessora técnica da CNA, Elisangela Pereira Lopes.
O tabelamento dos preços está previsto na Medida Provisória 832/2018, que tramita no Congresso Nacional. A tabela, publicada em maio, estabelece pagamento do frete de retorno, elevando de 51% a 150% o transporte de uma carga de soja sem frete de retorno, geralmente utilizado para transportar insumos.
A mudança já reflete na queda de entrega de fertilizantes e preocupa produtores. “Com atraso no plantio da safra de verão, a safrinha do próximo ano poderá ser afetada”, alerta o presidente da Aprosoja Paraná, Marcio Bonesi.