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Está indo por água abaixo a expectativa de obter-se, em 2015, grande expansão na exportação brasileira de ovos férteis destinados à produção de frangos.
Até março deste ano o volume exportado em 12 meses registrava incremento de 50% em relação a idêntico período. Mas quatro meses sucessivos de resultados negativos em relação ao mesmo mês do ano passado diluíram esse índice de forma significativa.
Aliás, o pior resultado do ano e dos últimos 20 meses foi registrado agora em junho, mês em que o volume de ovos férteis embarcados ficou resumido a 9,5 milhões de unidades, resultado que representou queda de 34,35% sobre junho de 2014 e de mais de 30% sobre o mês anterior, maio de 2015. Com isso, o total acumulado no semestre sofreu redução de 5,12%.
A maior influência para esse resultado negativo veio da Venezuela que, nos seis primeiros meses de 2014, absorveu quase 40% das exportações brasileiras de ovos férteis. Pois neste ano, com a economia interna seriamente afetada, as compras venezuelanas foram um terço menores, fazendo com que sua participação no total exportado caísse para pouco mais de 25%.
Embora de forma menos representativa, outros mercados reduziram as compras no Brasil. Entre eles está o México, mercado até recentemente visto como promissor. Deixou de sê-lo devido às exportações dos EUA. Que, perdendo compradores externos (efeito da Influenza Aviária), passou a redirecionar grandes volumes para os mexicanos. Tanto que, nas exportações de ovos em casca (ou seja, não só férteis, mas também comerciais), a participação do México nas vendas norte-americanas subiu de 47% (janeiro-maio de 2014) para 75% neste ano.
A despeito desses senões, há indícios de recuperação das exportações brasileiras. Talvez não em julho corrente (quando o volume exportado tende a ser ainda menor que o de junho), mas a partir de agosto. Porém, dificilmente serão alcançados os resultados do segundo semestre de 2014, ocasião em que se obteve o melhor desempenho dos últimos três anos para esse período.
Assim, prevalece, por ora, a tendência de um resultado negativo também no fechamento do ano. Como já aconteceu em 2011 e em 2013. Como se vê, os anos ímpares não estão sendo favoráveis aos negócios externos desse setor.