Avisite
A firmeza de mercado demonstrada pelo frango vivo no início de 2014 se desvaneceu com inusitada rapidez no final da semana passada.
Culpa, basicamente, do consumo. Que, tipicamente fraco (como é natural neste período do ano), fez recuarem os preços do frango abatido. Isto levou as empresas integradas a reduzirem seus abates e a jogarem aves vivas no mercado “spot”. O resultado é um visível desequilíbrio entre oferta e procura, com risco de iminente recuo do preço pago ao produtor.
De toda forma, nas negociações de sábado (11, abates desta segunda-feira, 13), as vendas ocorreram sem modificação na cotação que, assim, completou 75 dias consecutivos em R$2,50/kg.
O ovo, por seu turno, não cessa de perder preço. O processo, que vem desde o final de 2013, se intensificou nos primeiros dias de 2014. Assim, enquanto em relação ao valor inicial do ano se registra queda de mais de 20%, em 15 dias o retrocesso não está muito distante dos 30%.
Em função do atual desempenho, o ovo alcança nas granjas do interior paulista valor médio mensal próximo de R$38,00/caixa, o que representa queda de mais de 20% em relação à média de janeiro de 2013.
À primeira vista, essa queda não preocupa, visto que os custos de produção são menores que os de um ano atrás. Mas o detalhe que não escapa é que a remuneração atual se encontra aquém da média registrada no primeiro semestre de 2008, ou seja, de seis anos atrás!
Levando em conta que, de junho de 2008 até dezembro passado, o dinheiro brasileiro (considerada a inflação calculada pelo IPCA do IBGE) sofreu desvalorização da ordem de 35%, conclui-se que o desempenho atual do ovo deve, sim, preocupar – e muito – o setor produtivo.