Ovo: desempenho em dezembro de 2014 e no decorrer do ano

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A exemplo do ocorrido em várias ocasiões anteriores, o ovo iniciou 2014 com preços inferiores aos do princípio de 2013, fato recebido com naturalidade, pois a experiência apontava que a reversão estava reservada, como de costume, para o momento de chegada da Quaresma.

Mas o mercado surpreendeu porquanto ainda em janeiro ocorreram as primeiras reversões de preço, intensificadas em fevereiro, bem antes do advento da Quaresma (tardia, pois iniciada no princípio de março). E como nessa ocasião o mercado demandante encontrou uma oferta contida, as cotações do produto atingiram valores nominais até então inéditos e até agora recordes. Era o prenúncio de um ano efetivamente bom.

Mas a fase positiva foi efêmera. Pois mal passada a Páscoa – ou seja, ainda em abril – começou um processo de deterioração de preços que se alongou segundo semestre adentro, só dando sinais de breve reversão em outubro – ainda assim, sem que se voltasse a alcançar as cotações anteriores. Nessa conjuntura, os valores do trimestre final do ano só foram superiores (por margem mínima) aos registrados em janeiro e setembro.

Para resumir, em apenas um quinto do ano (74 dias) o valor recebido pelo produtor foi superior ao registrado um ano antes. Quer dizer: em quase 80% do período a remuneração ou foi inferior (264 dias) ou apenas igual (27 dias) à de 2013 – o que também significa perda, visto que a inflação do período foi elevada.

A consequência desse desempenho está consubstanciada no preço médio anual, cerca de 9% inferior ao registrado em 2013. Isto, enquanto os custos de produção seguiam em direção oposta e aumentavam em relação ao ano anterior.

Por sinal, feitas as contas, constata-se que o valor nominal médio alcançado em 2014 ficou apenas 7,3% acima do registrado dois anos antes, em 2012. Portanto, corresponde a um valor real inferior ao daquele exercício, posto que a inflação acumulada no período ultrapassou os 12%.

Na verdade, aliás, o ovo apenas retrocedeu – em valores reais – aos preços praticados três anos antes, ou seja, no agora longínquo 2011. Pois ainda que no período seu valor médio tenha aumentado mais de 18%, apenas acompanhou o IPCA acumulado nos últimos 36 meses, muito próximo dos 19%.

ovo



Data da Notícia: 05/01/2015
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