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Analisada a evolução relativa dos preços do frango nas primeiras nove semanas de 2015 (base: última semana de 2014 = 100), constata-se que a ave viva, na granja, apresentou comportamento muito similar ao observado no varejo, fato que não ocorreu no atacado.
Assim, por exemplo, na quarta semana do ano (na prática, a última de janeiro), o preço alcançado pela ave viva nas granjas do interior paulista correspondia a 96% do valor registrado no final de 2015, apenas três pontos percentuais a menos que o preço alcançado no varejo da cidade de São Paulo (99% do valor da última semana de 2015).
Enquanto isso a ave abatida resfriada era negociada no grande atacado paulistano por valor equivalente a 89% do último preço do ano anterior, indicativo de uma oferta capaz de romper a estabilidade observada ao nível do consumidor.
É verdade que esse processo foi interrompido na semana seguinte e, desde então, os preços do abatido no atacado vêm acompanhando muito de perto os preços alcançados nas granjas pelo frango vivo. Assim, na semana que passou, a primeira de março, registraram índices de evolução (em relação ao final de 2015) praticamente idênticos.
Porém, o que mais chama a atenção, aqui, é o fato de os preços no varejo não virem acompanhando a valorização obtida tanto pela ave viva como pela abatida – ocorrência sem dúvida rara em se tratando do varejo brasileiro.
Dessa forma, enquanto produtor e atacadista obtêm, nas últimas semanas, ligeira variação positiva sobre os preços da última semana de dezembro de 2015, no varejo o consumidor continua encontrando estabilidade de preços e, ainda mais, um valor menor que o do final do ano passado.
Seria uma demonstração de que a capacidade aquisitiva do consumidor está se esgotando até mesmo para alimentos baratos como o frango ou esse é o comportamento típico de todo primeiro trimestre de cada novo exercício? É o que saberemos mais à frente...