A nutrição avícola, historicamente dependente de ingredientes proteicos, enfrenta um momento de transformação. O farelo de soja, considerado o padrão ouro da proteína vegetal, está sob pressão de fatores geopolíticos, ambientais e regulatórios, como o Regulamento de Desflorestação da UE (EUDR), tarifas comerciais e interrupções na cadeia de suprimentos.
O farelo de soja compõe de 20% a 30% das dietas comerciais de aves, fornecendo um excelente perfil de aminoácidos, alta digestibilidade e densidade energética. A forte dependência da indústria avícola de poucos países produtores, como Brasil, Estados Unidos e Argentina, a torna vulnerável à volatilidade dos preços e a políticas comerciais rigorosas.
Diante desses desafios, a flexibilidade na formulação da dieta das aves torna-se essencial. Nutricionistas estão explorando fontes alternativas de proteína vegetal, como:
Embora a maioria desses ingredientes tenha lacunas nutricionais em comparação com o farelo de soja, o uso de enzimas exógenas surge como uma ferramenta poderosa. Essas enzimas melhoram a digestibilidade dos nutrientes, otimizam a eficiência alimentar e liberam o potencial de matérias-primas alternativas, minimizando o impacto ambiental e reduzindo os custos com ração.
O uso de um complexo multienzimático, produzido por fermentação em estado sólido (FSS), é ideal para dietas de aves que incluem uma variedade de ingredientes vegetais, pois oferece uma atividade mais ampla em todos os substratos da ração, melhorando a absorção e a utilização geral dos nutrientes.