Diário Catarinense
Na contramão das previsões recentes, o especialista em clima alemão Donat-Peter Häder garantiu que SC não será diretamente impactada pelo fenômeno El Niño. Häder participa do Painel do Programa para o Meio Ambiente da pela Organização das Nações Unidas (Onu) e esteve ontem na sede da Fiesc em Florianópolis para falar do efeito climático e de aquecimento global. Apesar disso, a previsão da Epagri/Ciram é de chuva e temperaturas acima da média nos próximos dois meses no Estado.
– Esperamos para este ano um El Niño bem forte, o que a gente chamaria de um super-El Niño, mas não vai afetar muito SC. Talvez mude um pouco, mas o maior efeito no Brasil será uma seca na região da Amazônia. As condições de precipitação não vão mudar de maneira drástica no Estado – explicou o especialista alemão.
Conforme ele, a mudança mais significativa será em relação à temperatura, que deve ser mais elevada neste verão em solo catarinense. Além do Norte brasileiro, outra região que será impactada pelo El Niño, porém pelas chuvas, é a Patagônia, na Argentina.
DIRETOR DE CIÊNCIA DA EPAGRI DEFENDE INFLUÊNCIA
Häder disse que soube dos alagamentos recentes em SC, porém descarta relação com o El Niño:
– Isso já aconteceu antes, como a enchente há alguns anos em Blumenau. É efeito de um clima extremo, não há indícios da relação com o El Niño.
Luiz Antonio Palladini, diretor de ciência, pesquisa e inovação da Epagri, afirma que estão fazendo monitoramento constante e que há influência “das condições climáticas mundiais” no Estado:
– Nós entendemos que o El Niño tem influência, mas que há outros fatores, como efeito estufa, que também têm provocado mudanças climáticas em SC.